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NORDESTE BRASILEIRO DESCARTA TERCEIRA VIA, DIZ DATAFOLHA

Redação - 17/09/2021 06:47 - Atualizado 17/09/2021

Segundo dados da mais nova pesquisa Datafolha para corrida eleitoral, nem Doria nem Leite têm penetração no segundo mercado eleitoral do país, o Nordeste, que tem 26% da amostra da pesquisa do Datafolha. Ambos giram entre 1% e 2% das intenções de voto por lá. Para Doria, há lição de casa a ser feita: em São Paulo, seu estado, ele registra de 7% a 10% das intenções de voto. Leite, na região Sul onde vive, marca 8%. Não por acaso, nesta semana o tucano lançou um ambicioso programa de obras e investimentos. Lula faz jus à fama de rei do Nordeste. Marca 61% das intenções de voto por lá, e enormes 42% quando a pergunta é respondida de forma espontânea, sem a apresentação de fichas com os nomes dos candidatos.

Nesta aferição, contudo, o quadro geral é de estabilidade. A subida que Lula deu do começo do ano, quando marcava 21%, para 26% em julho, foi estancada. Ele chegou a 27%. Bolsonaro foi na mesma linha, oscilando de 19% a 20%. Lula tem suas maiores vantagens entre os mais pobres (até 34 pontos sobre Bolsonaro), menos educados (31 pontos), jovens (29 pontos) e mulheres (25 pontos). Já o presidente tira sua força dos mais ricos (42% a 23% de Lula) e, principalmente, no eleitorado evangélico. Sua base de apoio desde a campanha de 2018, o grupo que soma 26% da amostra populacional dá a ele 38% a 34% contra o petista numa simulação e 36% a 32% em outra.

É um empate técnico, mas no limite da margem de erro. Curiosamente, não reflete a erosão da popularidade do presidente, que ganhou 11 pontos de rejeição entre os evangélicos neste ano, chegando a 41% de avaliação negativa. Tudo isso ocorre sob o forte impacto da escalada autoritária de Bolsonaro, que culminou com os atos do 7 de Setembro. De julho para cá, houve embate com o Congresso, tentativa de impeachment de ministro do Supremo, blindados desfilando em Brasília para simular apoio militar e o embate agudo com o Judiciário.

Tudo isso em tese entrou em um modo de contenção ​após o recuo decorrente da intervenção do ex-presidente Michel Temer (MDB), que arrancou uma promessa de armistício de Bolsonaro com o ministro Alexandre de Moraes. Poucos creem que será duradouro, contudo, ainda mais com derrotas políticas à sua espera. Enquanto isso, o governo tenta sacar suas últimas armas para tentar ganhar alguma popularidade, movimento focado na tentativa de criar um Bolsa Família ampliado. Até aumento de imposto já entrou na dança, dando medida do nervosismo no Planalto, que lida com inflação alta, risco de estouro do teto de gastos e até o ​temor de um apagão.

Foto: divulgação

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