O empreiteiro Léo Pinheiro, da antiga empreiteira OAS, divulgou uma carta escrita de próprio punho em que recua das acusações feitas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a empresa teria reformado o tríplex do Guarujá. As antigas declarações foram dadas durante delação premiada firmada com a Operação Lava-Jato. A carta de Pinheiro foi um dos elementos que fizeram a investigação que acusava o petista de corrupção e tráfico de influência internacional ser arquivada.
O documento foi escrito em maio deste ano e anexado ao processo em junho. Nele, Pinheiro afirma que nunca teve conhecimento e nem autorizou pagamentos de propina às pessoas citadas no caso. Segundo o empreiteiro, a menção sobre vantagens indevidas ocorreu durante o encontro ocorrido na Costa Rica. A defesa de Lula usou o documento como base para solicitar à Justiça o arquivamento da investigação.
“A empresa OAS não obteve nenhuma vantagem, pois inclusive não foi beneficiada por empréstimos do BCIE – Banco Centro Americano de Integração Econômica. Não sabendo informar se houve efetividade da solicitação do Presidente do BCIE, senhor Nick Rischbieth, junto ao senhor Ex. Presidente Lula e demais autoridades citadas”, escreveu Pinheiro.
No seu acordo de delação premiada com a Lava-Jato o ex-presidente da OAS disse que durante uma viagem à Costa Rica, pediu a Lula que realizasse uma audiência com Nick Rischbieth, presidente do Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE).
Segundo Pinheiro, a intenção era aumentar a participação do Brasil na estrutura societária da instituição financeira, “bem como credenciar a OAS a realizar parceria com tal Banco”. O empreiteiro disse que o encontro ocorreu na suíte onde Lula estava hospedado e que contou com a presença dele de outro executivo da OAS, o diretor Augusto Uzeda.
Foto – Beto Barata – Estadão Conteúdo