O governador da Bahia, Rui Costa, não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro e afirmou que o País vai demorar “a consertar os estragos” que, segundo ele, a gestão de Jair Bolsonaro provocou. “Não vai ser fácil. Quem entrar vai ter um trabalho enorme para consertar a destruição que eles fizeram”, avaliou em entrevista à rádio metrópole nesta segunda (13).
Rui Costa também criticou o andamento das obras federais na Bahia. “Hoje não temos governo no Brasil. Você sabe qual é a política pública de saúde do governo? Quais as ações, quantos hospitais e policlínicas ele construiu? Quantas escolas novas ele ajudou a fazer ou construiu? Qual o programa dele de educação, de infraestrutura, de logística, de portos, de estradas? As estradas da Bahia estão todas esburacadas. Todo o dinheiro do governo federal está no balcão pra atender à base parlamentar, e o país está à deriva, economia completamente à deriva, imagem do país destruída no brasil. Pra consertar o estrago desses quatro anos vai demorar bastante”, disse.
Para Rui, as eleições de 2022 terão uma polarização nacional, e os estados serão “a reboque desse debate”, e disse que o presidente “não conhece a Bahia”. “O presidente não tem obra pensada, planejada para o Estado da Bahia. Mesmo obras iniciadas em Dilma”, ponderou.
O governador também disse acreditar que haverá, sim, uma polarização em 2022, envolvendo Bolsonaro e o ex-presidente Lula. “Ano que vem, pra mim, haverá uma polarização forte a partir do debate nacional. O desastre do país é tão grande que as eleições presidenciais na minha opinião irão polarizar o debate no país inteiro. E as eleições estaduais estarão a reboque desse debate. O embate estadual ficará relegado a um plano inferior. Eu espero que possamos, ano que vem, ajudar a modernizar o Congresso Nacional. nenhuma mudança no Brasil será possível se não houver uma forte mudança no Congresso, colocando gente de bem. Se não fizermos isso, qualquer que seja o presidente, ele terá imensas dificuldades de governar”, disse.
Além disso, Rui também disse não acreditar no recuo de Bolsonaro, a partir da carta escrita com apoio de Michel Temer (MDB), após a má repercussão dos atos considerados antidemocráticos no dia 7 de setembro.
“Eu não acredito em absolutamente nada que ele disse ou escreveu, porque ele já sinalizou isso por diversas vezes ao longo do seu governo. Infelizmente isso tudo, na minha opinião, se tem algo que ele se mostrou capaz e eficaz é em utilizar e manipular a comunicação, seja difundindo calúnias e mentiras nas redes sociais, como tambem se mostrou eficaz em distrair e despistar a opinião pública e a imprensa. Todo dia pautando naquele cercadinho uma calúnia, um xingamento. Aí a imprensa e a população passam o dia inteiro discutindo aquela atitude absurda e escandalosa do presidente, ao invés de discutir a fome que crescia, o desemprego que cresce, a pobreza que aumentou, a economia que patina, o preço absurdo do gás de cozinha, passávamos o dia inteiro discutindo as bobagens que o presidente falava todos os dias pela manhã no seu cercadinho”, disse.