O Brasil propôs o envio de uma missão técnica do Ministério da Agricultura à China para esclarecer os casos do mal da vaca louca identificados no último dia 4. Dois casos – um em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, e o outro em Nova Canaã, em Mato Grosso – levaram à suspensão temporária das exportações de carne bovina ao país asiático. No início do mês, o ministério da Agricultura explicou que o procedimento – contemplado pelo protocolo sanitário firmado entre os dois países – perduraria até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações repassadas sobre os casos.
Fontes do mercado consultadas pelo colunista Marcelo Ninio, do jornal O Globo, disseram crer que os embarques serão retomados em breve, já que o Brasil agiu rapidamente. Contudo também existe apreensão sobre possíveis danos à indústria, decorrentes de uma suspensão mais prolongada. Segundo a publicação, a proposta feita pelo Brasil de enviar uma missão à China incluiu uma consulta para que os técnicos sejam liberados da quarentena de duas semanas imposta a todos os que entram no país do exterior. Até esta segunda-feira (13), as autoridades chinesas ainda não haviam respondido à oferta.
A possibilidade de enviar uma delegação do governo brasileiro a Pequim faz parte das medidas previstas no protocolo firmado com a China, mas espera-se que ele não seja necessário para a liberação das exportações. Diante da dificuldade de realizar viagens internacionais, e exigência de quarentena de duas a três semanas para quem entra na China, isso significaria uma demora maior que a prevista na liberação dos frigoríficos.
Assim, uma outra alternativa apresentada foi discutir o tema numa reunião por videoconferência. Contudo, até a última sexta-feira (10), a China ainda não havia dado uma resposta à esta proposta. Na avaliação de fontes diplomáticas consultadas pelo colunista, não há, neste momento, razão para supor que exista motivação por parte da China para prolongar a suspensão – seja de cunho político ou comercial.
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