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DEMORA PARA ACIONAR TÉRMICAS AGRAVOU CRISE ENERGÉTICA

Redação - 08/09/2021 19:10 - Atualizado 08/09/2021

Especialistas no setor elétrico afirmaram nesta quarta-feira (8), em audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados, que a crise energética deste ano foi agravada pelo acionamento tardio de usinas termelétricas.

Segundo ele, os reservatórios das usinas hidrelétricas vinham se esvaziando desde o ano passado, quando mais usinas termelétricas, afirmaram, deveriam ter sido acionadas para preservar água para este ano. De acordo com informações do G1, por meio de representantes enviados à audiência, representantes do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANS) contestaram a avaliação.

Luiz Pinguelli Rosa, professor de Planejamento Energético da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente da Eletrobras, disse que o nível de chuva do ano passado já demonstrava a necessidade de acionamento das térmicas. “A crítica que eu faço é que isso demorou. Há indícios de que não estava bem a hidrologia desde o ano passado. As curvas mostram que a afluência [entrada de água nos reservatórios das hidrelétricas] já mostrava declínio e seria prudente que medidas fossem tomadas com antecedência. Por exemplo, ligação de termelétricas, em particular as de custo de geração mais baratas”, afirmou Rosa.

O governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio de seus representantes na audiência, negaram a demora. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) não enviou representante. Domingos Andreatta, secretário adjunto de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), afirmou que as medidas para garantir o fornecimento de energia foram e estão sendo tomadas de forma “tempestiva”. “As decisões e a preocupação com relação ao atendimento de 2021 começaram antes do início do período chuvoso de 2020. O despacho das usinas térmicas se deu em outubro de 2020 com todo o valor das usinas térmicas e da importação que fosse possível alocar sem desperdiçar”, afirmou o secretário.

 

Foto: Beth Santos/Secretaria-Geral da PR

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