O impasse que mantém nos escaninhos do Senado a indicação do ex-advogado-geral da União André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF) já gerou um recorde: a tramitação do processo dele na Casa é a mais demorada em comparação a de todos os atuais ministros da Corte. Desde que seu nome foi oficializado pelo presidente Jair Bolsonaro, ele espera há 31 dias que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (DEM-AP), marque sua sabatina. Entre os atuais ocupantes do STF, a que mais aguardou até a apreciação da CCJ foi Rosa Weber: 29 dias.
Bolsonaro protocolou no Senado a escolha por Mendonça no dia 13 de julho. O levantamento do GLOBO desconsidera os 14 dias de recesso parlamentar, que ocorreu na segunda quinzena de julho. Depois da sabatina, o nome do ex-AGU ainda será submetido ao escrutínio do colegiado. Se passar, o processo seguirá para o plenário, onde ele precisará do voto de 41 dos 81 senadores para pode assumir a cadeira do STF deixada por Marco Aurélio Mello, aposentado no mês passado.
No ranking das tramitação mais demoradas, em terceiro está a de Edson Fachin. O nome do então postulante a ministro do Supremo chegou ao Senado em 15 de abril, e a sessão ocorreu em 12 de maio. Na época, ele enfrentou forte resistência dos senadores e quase teve a indicação rejeitada pela Casa.
Em seguida, aparecem Kassio Nunes Marques, com 19 dias; Alexandre de Moraes, 15 dias; Dias Toffoli, 13 dias; Luís Roberto Barroso, 13 dias; Gilmar Mendes, 13 dias; Luiz Fux; 8 dias; Cármen Lúcia, 7 dias; e Ricardo Lewandowski, 3 dias.
foto Marcello Casal Jr