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DOENÇA TRANSMITIDA PELO PESCADO ATINGE FAMÍLIA BAIANA

Redação - 25/08/2021 08:31 - Atualizado 25/08/2021

Este ano, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) já recebeu a notificação de oito casos da doença de Haff, nos municípios de Alagoinhas, Simões Filho, Maraú, Mata de São João e Salvador. Até o momento, dois casos foram descartados e seis permanecem em processo de investigação.

A família de Ademir Clavel viveu esse drama durante cinco dias no Hospital Cardio Pulmonar, em Salvador. Horas após um simples almoço com um casal de amigos, a esposa e o filho do funcionário público começaram a sentir sintomas como fraqueza, dor de cabeça e dor muscular. Mais tarde, Vânia Clavel chegou a apresentar urina da cor de café e perdeu os movimentos após seus músculos ‘travarem’, conseguindo mexer apenas o pescoço. Ligaram para vizinhos médicos, que os orientaram: “Corram para a emergência”. Foi assim que descobriram uma contaminação pela misteriosa Doença de Haff.

Graças à baixa infectividade, as causas da enfermidade ainda são nebulosas, de acordo com o médico e professor da Universidade Federal da Bahia, Washington Luís. Para se ter uma ideia, os primeiros casos da doença no estado foram registrados entre 2016 e 2017. Foram 71 contaminados, 66 deles em Salvador, resultando em dois óbitos.

O que se sabe é que os casos estão ligados à ingestão de pescados, como o peixe Olho de Boi, também conhecido como Arabaiana. A família e o Hospital notificaram a Vigilância Sanitária, órgão atrelado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

A doença de Haff é uma síndrome que consiste em rabdomiólise (condição clínica definida por lesão muscular com liberação de conteúdo intracelular) sem explicação, e se caracteriza por ocorrência súbita de extrema rigidez muscular, mialgia difusa, dor torácica, dispneia, dormência, perda de força em todo o corpo e urina “cor de café”, associada à elevação sérica de creatinofosfoquinase (CPK), correlacionado a ingestão de crustáceos e principalmente de pescados.

Os sintomas costumam aparecer entre 2 e 24 horas após o consumo de peixes. “Os músculos ficam rígidos rapidamente, há dores musculares, dor abdominal ou torácica, às vezes pode haver dificuldade para respirar, além de uma perda de força generalizada e a característica urina preta. Os rins são os órgãos que mais sofrem, pois tentam eliminar a toxina do corpo”, detalha o biólogo Francisco Kelmo, diretor do Instituto de Biologia da UFBA. (Com informações do jornal Correio e da Sesab-Ba)

 

Foto: Reprodução/ Ulrike Leone/ Pixabay

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