Um estudo da Fiocruz divulgado na semana passada mostrou um aumento acelerado nos números de casos graves e de mortos por Covid entre idosos no Rio de Janeiro. O estudo mostra ainda que o número de pessoas internadas com 80 anos ou mais atingiu o maior patamar desde o início da pandemia: 848, em uma semana.
É a primeira vez, desde fevereiro, que o número de mortos pela doença cresce entre as pessoas de 60 anos ou mais na cidade. E isso se explica por dois fatores: a perda gradativa da proteção que as vacinas dão e a variante delta, que é mais transmissível, e está avançando no Rio de Janeiro. A perda de proteção das vacinas, especialmente a Coronavac, é maior nos idosos que possuem o que os especialistas chamam de “imunosenescência” ou seja, nessas pessoas o sistema imunológico responde de forma menos efetiva devido ao envelhecimento.
Com essa constatação é preciso dizer com todas as letras: O Ministério da Saúde precisa começar a aplicar a 3ª dose das vacinas nos idosos, antes que a variante delta se dissemine. E isso é urgente não só para que seja possível salvar vidas como também para evitar uma nova onda de fechamento da economia que terá impactos dramáticos sobre as empresas e os empregos. Vale lembrar que países como Chile e Israel já estão aplicando a terceira dose em idosos e os Estados Unidos já começam a fazer o mesmo.
O Rio de Janeiro saiu na frente e a cidade que tem 93% dos idosos com a imunização completa, já vai começar a aplicar a 3ª dose nos maiores de 80 anos no mês de outubro, nos maiores de 70 anos no mês de novembro e nos maiores de 60 no mês de dezembro.
O governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador precisam fazer o mesmo e buscar negociar junto ao Ministério da Saúde a liberação de mais vacinas para viabilizar essa vacinação. A ideia de que é necessário primeiro vacinar toda a população para só depois pensar em 3ª dose, não se sustenta até porque a vacinação neste momento é entre os jovens e a população é risco são os maiores de 60 anos.
O governador Rui Costa e o prefeito Bruno Reis precisam se pronunciar e agir. (ED – 16/08/2021)