por Gabriela Marotta e Aline Damásio
Salvador completou um mês de retorno à Fase Verde da retomada econômica (relembre aqui) e, segundo a Associação de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel-BA), “com a redução das medidas restritivas já temos um cenário mais favorável para a operação dos bares e restaurantes”.
Desde o dia 9 de julho, bares e restaurantes da capital, um dos segmentos que mais foram atingidos pela pandemia do coronavírus, passaram a funcionar das 11h às 23h30, podendo, inclusive, comercializar bebidas alcóolicas.
“E como consequência disso, há um aumento expressivo nas vendas, mesmo que estas ainda não tenham retornado ao patamar pré-pandemia, para maior parte do segmento”, disse a Associação ao Bahia Econômica.
Ainda ao Bahia Econômica, a Abrasel creditou a melhora do setor ao avanço da vacinação, bem como a redução dos casos e das mortes. “Com isso, projetamos que ate o fim do ano, os bares e restaurantes retomem o faturamento pré-pandemia”.
Empresário tem boas expectativas para retomada
O empresário empreendedor Carlos Alexandre, proprietário da rede de restaurantes Rei do Pirão, vê com bons olhos o momento de flexibilização das atividades econômicas. “ Com as medidas de aumentar horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais, tivemos um aumento gradativo de 40%. Apesar de nossos restaurantes funcionarem até às 22h. Mas com aumento de vacinados sem dúvida reflete na economia. As pessoas se sentem mais seguras para sair”.
Ainda de acordo com o empresário do ramo alimentício a previsão é de que novembro o público já esteja em 100% do que era antes da pandemia. “ Como essa retomada de públicos nos restaurantes, mais pessoas vacinas, turismo em alta, verão, a tendência é que em novembro estejamos com o mesmo público antes da crise, ou até maior”, afirma.
Carlos ainda dá dica para os outros empresários do ramo. “Nós fortalecemos de forma estratégica as redes sociais, acrescentamos mais produtos delivery, ação que já trabalhávamos. E sim tivemos uma queda na freqüência de público nas unidades, mas fomos buscar outras formas para trazer o público para perto. Dessa forma não demitimos ninguém e neste mês conseguimos inaugurar uma unidade em Maceió”, conta.
Números ainda preocupam
Mesmo com o aumento do fluxo de clientes, a Abrasel alerta para um dado ainda preocupante. Cerca de 30% dos estabelecimentos desse setor fecharam suas portas durante a pandemia. E mesmo com a confiança do consumidor tendo alta pelo 4º mês seguido (veja aqui), ainda há chances de mais comércios encerrarem suas atividades.
“É importante ressaltar que mesmo após atingir o número de vendas anterior ao período de pandemia, a crise terá consequência no setor por muitos anos, afinal houve um grande endividamento das empresas nesse um ano e meio”, disse a Associação. “Nosso setor foi um dos mais afetados, e estimamos um fechamento de pelo menos 30% das empresas. E este cenários pode se agravar ainda mais, caso não ocorra nenhuma política de ajuda do poder público”, completou.
Entre o auxílio solicitado aos Governos Estadual e Federa, estão medidas como: isenção de IPTU e TFF, isenção do ICMS nas contas de água, energia e gás, dentre outras. Ainda assim, a Abrasel estima que a recuperação seja lenta, e deve ser sanada entre 3 e 5 anos. “É difícil mensurar esse índice de endividamento, pois estamos falando de pequenas empresas, e maioria não acompanha este índice ou controla o tamanho do ativo da empresa”.