O presidente da Azul, John Rodgerson, reforçou ontem (12) o plano da empresa de avançar nas conversas com credores do grupo chileno Latam para comprar a operação no Brasil. A Azul vem tentando negociar a aquisição da concorrente desde o começo da pandemia e, neste ano, adotou uma estratégia mais agressiva. No fim de maio, a empresa publicou uma nota em que afirmou acreditar que “um movimento de consolidação é uma tendência do setor no pós-pandemia” e que “está em uma posição forte para conduzir um processo nesse sentido”, sinalizando estar interessada em comprar a Latam no Brasil.
Como a Latam está em recuperação judicial nos Estados Unidos, os credores da empresa podem solicitar que a proposta de venda da operação brasileira da companhia seja incorporada ao plano de reestruturação. A companhia chilena tem até 15 de setembro para apresentar o seu plano aos credores, no processo de recuperação judicial nos EUA.
Se concretizada, a compra da Latam dará a Azul o controle de 60% do mercado de voos domésticos no Brasil, o que é um risco para o consumidor. Há especialistas que prevêem um aumento médio de passagens de 30%. Hoje a Azul tem 27% do mercado nacional.
Alguns trechos podem ter uma explosão no preço, sobretudo naqueles em que as duas companhias atuam juntas. Hoje, Azul e Latam têm 42 rotas com 3 operações/mês para cada companhia. Três delas chamam a atenção: Brasília-São Paulo, Rio de Janeiro-São Paulo e Brasília-Recife. Nestas rotas, o impacto pode alcançar 140%.
O levantamento foi feito com base no mapa de rotas da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e no impacto causado em todo o setor com o encerramento das operações da empresa colombiana Avianca, em 2019.
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