Janelas, portas, portões, gradis, pisos, esquadrias, mobiliário, entre muitos outros, do que era o antigo prédio da Acbeu, no Corredor da Vitória, encontram-se agora em pelo menos 20 novas obras. O imóvel foi demolido para dar lugar ao Alive – empreendimento de alto padrão lançado esta semana, já 100% comercializado –, e os objetos reinseridos em outras construções.
O reúso dos materiais foi possível graças a uma parceria entre as incorporadoras responsáveis pelo edifício – Capa, Leão Engenharia, Civil e Dona – e o escritório Arquivo, pioneiro no país no reemprego de elementos da arquitetura, conta Pedro Alban, 28 anos, sócio ao lado de Natália Lessa.
Alban explica que o movimento de reutilização de material de construção ainda é novo por aqui, mas que remonta à Antiguidade.
“O reúso de elementos tem uma longa história. Era prática comum na Antiguidade e até a Revolução Industrial, tendo se tornado cada vez mais raro a partir da Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia, poucos são os materiais com mercado de reúso ativo. Ferros-velhos e lojas de antiguidade são provavelmente os principais atores do tipo no Brasil”, conta o arquiteto.
Ainda de acordo com Alban, a tendência, porém, é de crescimento. “A partir do interesse cada vez maior por questões envolvendo sustentabilidade nas esferas pública e privada. O reúso tem, nas últimas décadas, crescido principalmente no contexto europeu”, fala.