Os fundos de investimento registraram captação líquida positiva de R$ 43,4 bilhões em julho, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O montante é a diferença entre os R$ 836,6 bilhões de aportes e R$ 793,1 bilhões de saques no período. No ano, a indústria totaliza R$ 296,4 bilhões de saldo líquido e R$ 6,7 trilhões de patrimônio.
O desempenho do mês foi puxado pela classe de renda fixa, que totalizou R$ 28,3 bilhões de captação líquida, ou seja, 65% do total de recursos do setor. Essa é a segunda maior captação da classe no ano, atrás apenas de janeiro com R$ 30,8 bilhões. Esse movimento da renda fixa acompanha a evolução do número de contas, que teve crescimento pelo segundo mês seguido, totalizando 10 milhões – representam 35% do montante de contas abertas.
“Os fundos de renda fixa nunca perderam a atratividade, mesmo com a volatilidade do mercado no início da pandemia. No entanto, o número de contas teve algumas quedas desde março de 2020, provavelmente por conta de resgates para quitação de compromissos dos investidores”, explica Pedro Rudge, diretor da ANBIMA.
Segundo ele, as altas da Selic para conter a inflação e a reabertura da economia são atrativos para a renda fixa. “Os brasileiros estão habituados com o tripé liquidez, retorno e segurança. Com a retomada da economia, a tendência é que a procura pela renda fixa se intensifique até o final do ano” complementa.
A atratividade da renda fixa não impediu bons resultados na classe de ações. Estes fundos fecharam julho com saldo líquido de R$ 4,4 bilhões. A maior parte da captação veio dos tipos investimento no exterior (aqueles que podem aplicar mais de 40% em ativos lá fora) e livre (fundos que não se comprometem com nenhuma estratégia específica). Enquanto o primeiro somou R$ 2,1 bilhões captados, o segundo registrou R$ 1,4 bilhão.
Os multimercados, no entanto, tiveram a segunda menor captação líquida do ano, com R$ 1,4 bilhão. Os resgates líquidos de R$ 2,2 bilhões no tipo livre contribuíram para o resultado aquém na comparação com a maioria dos meses no ano.
Rentabilidades
Todos os tipos de fundos de ações fecharam junho no negativo, reflexo da queda de 3,94% do Ibovespa. A exceção foi o investimento no exterior, que teve retorno de 0,32%. Nos multimercados, as rentabilidades positivas ficaram entre 1,39% e 0,10%. O destaque foi o tipo estratégia específica (foca em riscos específicos, por exemplo, commodities, futuro de índice etc.) com 1,39%.
A melhor performance entre os fundos de renda fixa foi do tipo dívida externa (investe, no mínimo, 80% em títulos da dívida externa da União), com 4,05%. Na sequência aparece o investimento no exterior com 3,58% e, mais distante, o duração alta grau de investimento (aplica, no mínimo, 80% em títulos públicos ao ativos de baixo crédito) com 0,80%.