Ciro Nogueira tomou posse como ministro da Casa Civil. Numa cerimônia concorrida, fez um discurso longo, cheio de palavras de efeito e algumas frases desconexas (à la Dilma). Disse que atuará como “amortecedor” de Jair Bolsonaro, chamado de “timoneiro” pelo cacique do Centrão.
O novo ministro considera sua chegada ao governo como um “ponto de inflexão”. Segundo ele, “estamos atravessando o Cabo das Tormentas e Vossa Excelência é nosso timoneiro. Eu serei seu ajudante”. “Meu nome é temperança, meu sobrenome é equilíbrio.” “Teria sido mais fácil não enfrentar esse desafio de tamanha dificuldade, de tanta radicalização. Teria sido mais fácil me acovardar por um pretexto qualquer ao receber o cativante e honroso convite em um momento em que tudo está difícil. O mundo está difícil, a economia está difícil, as pessoas estão difíceis, a realidade está difícil, o Brasil está difícil, a política está difícil. Momento em que o difícil parece ser o novo normal (…) Tudo isso teria sido mais fácil, mas não teria sido mais certo”, filosofou.
O novo ministro disse que sua presença vai “ajudar o Brasil a dar mais certo” e que “é nosso dever preparar o país para chegar às eleições, com a economia recuperada, a vacinação garantida”. E enalteceu o auxílio emergencial. “Graças ao maior programa social da história, os brasileiros não ficaram à deriva (…) Foram quase dez anos de Bolsa Família em auxílio emergencial em um único ano, para que a fome e a miséria não exterminassem os brasileiros. Em breve, teremos todo o país imunizado, com a economia pronta para crescer.”
Ao defender Bolsonaro, Ciro Nogueira disse que “o certo pode às vezes ser incompreendido”, mas garantiu que “a democracia é líquida e certa”. “É difícil por natureza, mas é a coisa certa. E é por ela que eu estou aqui. É por ela todos nós estamos aqui, presidente. É por ela que o senhor está aqui. Para cuidarmos dela, para zelarmos por ela.”
Foto: Agência Brasil