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CHEF AFIRMA QUE QUIS “MANTER DIGNIDADE” E NÃO SE SENTE RESPONSABILIZADA POR SAÍDA DE VILAS-BOAS

Redação - 04/08/2021 14:25

“Respeitem as pessoas, domem seus voluntarismos, suas arrogâncias”, assim a chef Angeluci Figueiredo, do Restaurante Preta, começou seu texto de agradecimento pela solidariedade que recebeu essa semana, após as ofensas recebidas pelo agora ex-secretário de Saúde Fábio Vilas Boas.

Na postagem, feita nesta quarta (4), a chef ainda afirma que o episódio não fez bem a nenhum dos envolvidos, mas fica como um momento didático. Por conta da repercussão do ocorrido, Fábio entregou o cargo ontem (3).
“Às mulheres, uma consciência fica: nenhuma delas deve tolerar ofensa, desrespeito, misoginia ou preconceito. O silêncio é o mais cômodo, mas não liberta ninguém da dor de ser humilhada e da possibilidade disso ser repetido, reiterado e banalizado. Reagir não é uma questão de escolha. É o único modo de mudar as coisas. Devemos reagir sempre, com os instrumentos que tivermos”, diz a mensagem.

No texto, Angeluci ainda diz que seu único objetivo nesse momento foi manter a dignidade. “Quando a gente se vê no centro de um episódio como esses em que involuntariamente me vi, não consegue ter uma visão panorâmica e objetiva das coisas. Me vi, de repente, num epicentro de tristeza, injustiça e ataque à minha dignidade. Meu único objetivo nisso tudo tem sido manter minha dignidade, rejeitar publicamente as ofensas gratuitas a mim e à minha carreira e manter a minha sanidade”, escreve.

A chef diz que não se sente responsável pela saída de Fábio do governo baiano. “Quanto a terceiros, eu não posso ser responsabilizada ou responder pelas atitudes de ninguém, muito menos pelas consequências políticas delas advindas”, diz.

Por fim, Angeluci faz uma reflexão sobre as mudanças na sociedade, afirmando que comportamentos como o mostrado pelo ex-secretário não podem mais ser tolerados. “As pessoas, todo mundo, nós todos, precisamos entender que o mundo mudou, que certas condutas não são mais toleradas, apaziguadas, amortecidas nos bastidores da vida privada, seja em nome do que for, de quem for, independente dos emissores que intercedam”, diz. “Não quero ser mártir nem símbolo de nada, e as coisas tomaram essa proporção toda, eu sinto muito, mesmo porque isso me afeta profundamente, fisicamente, inclusive. Qualquer pessoa em meu lugar sabe o quanto um episódio desses desestrutura a gente, nos atira no olho de um furacão emocional horrível”, acrescenta.

 

 

 

 

FOTO CNN

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