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PETROBRAS ESTÁ VENDENDO AÇÕES DA BAHIAGÁS A PREÇO IRRISÓRIO, AFIRMA O GOVERNO DA BAHIA

Redação - 01/08/2021 09:15

A Petrobrás deu 30 dias para que a Bahia decida se vai ficar com as ações da Bahiagás, exercendo seu direito de preferência. Outros estados do Nordeste também terão de fazer essa opção em relação às suas respectivas companhias de gás. Esse passo é fundamental para que a Compass, empresa da Cosan que comprou a Gaspetro, possa ter o controle do setor. Mas a Bahia colocou água na fervura. É que o governo do Estado considerou irrisório o valor de R$ 540 milhões estipulado pela  Petrobras para vender a participação da Gaspetro na  Bahiagás.

Em contato com o Bahia Econômica, o secretário de infraestrutura, Marcus Cavalcanti, que é presidente do Conselho de Administração da Bahiagás, disse que valor estipulado pela Petrobrás não é condizente com o valor da estrutura que será vendida, que a Bahiagás vale muito mais e que, por isso, o governo do Estado  vai exercer seu direito de preferência na compra das ações.

A Bahia  deverá pagar R$ 92 milhões por 17% das ações da Petrobrás na Gaspetro, que responde por 41,5% das ações da distribuidora. O restante é dividido entre a Mitsui (41,5%) e o próprio governo do Estado (17%).

 Se a Mitsui não exercer o seu direito de preferência, o Estado está disposto a ficar com a sua parte também.  Isso significa que, ainda que o Cade aprovasse a venda da Gaspetro para a Compass, a empresa paulista não conseguiria entrar no maior mercado consumidor do Nordeste.

 “O valor fechado entre a Petrobrás e a Compass  (R$ 2 bilhões por toda participação da estatal na Gaspetro) ficou muito abaixo do esperado. Esse é o sentimento geral dos Estados. Tenho certeza que muitos vão querer comprar as ações da Petrobras, até para se protegerem”, afirmou Cavalcanti ao Broadcast do jornal o Estado de São Paulo, lembrando que, em 2015, a Mitsui pagou os mesmos R$ 2 bilhões por 41,25% da Gaspetro. “Não houve correção no valor do ativo nos últimos seis anos”, complementa.

Bahia e  Sergipe já decidiram que vão ficar com as ações da estatal em suas empresas.A grande dúvida do mercado, no entanto, é quanto ao posicionamento da Mitsui.

A Bahia é o maior mercado consumidor da região Nordeste e um dos maiores do País, por isso a decisão do Estado atrapalha os planos da paulista Compass, que teria um acordo com a Petrobras para comprar a participação da estatal nas distribuidoras.

A notícia da conclusão do negócio entre a Petrobras e a Compass não agradou ao mercado, que afirma que o governo  está trocando um monopólio estatal por um monopólio privado, o que impedirá o tão esperado “choque de energia barata” prometido pelo Ministério da Economia.

O negócio ainda vai passar pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que vai avaliar um possível risco de concentração de mercado com a entrada da Compass nas distribuidoras.

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