O presidente Jair Bolsonaro afirmou que apresentaria na noite desta quinta-feira, 29, provas de fraude nas eleições. Isso não aconteceu. O que ele fez foi apresentar vídeos antigos que circulam nas redes sociais e repetir alegações falsas já desmentidas pelo Projeto Comprova, pelo Estadão Verifica e por outras agências de checagem. Veja o apanhado de falsidades na lista abaixo:
Como parte das “provas”, Bolsonaro mostrou um vídeo no qual um homem alega ser “fácil fraudar” as urnas eletrônicas por meio de alterações no código-fonte. Isso é falso. Conforme o TSE explicou ao Projeto Comprova e como confirmou um especialista em tecnologia, o código-fonte tem mecanismos de segurança que impedem que a urna funcione com arquivo modificado.
O código-fonte é desenvolvido por uma equipe restrita do TSE e de alguns colaboradores. Ele tem mecanismos de criptografia que impedem que seja modificado após ser lacrado. Antes disso, ele é colocado à prova nos chamados Teste Públicos de Segurança. Os interessados, de pessoas da sociedade civil até partidos, têm acesso a ele para tentar hackeá-lo. Isto é, buscam fragilidades e falhas do sistema, e a Justiça Eleitoral as corrige.
Diferentemente dos computadores comuns, cada urna conta com uma “cadeia de confiança” que verifica a autenticidade e a integridade de cada componente. Ou seja, impede que softwares alheios à Justiça Eleitoral sejam carregados e executados. O Projeto Comprova consultou Paulo Lício de Geus, professor do Instituto de Computação e CIO da Universidade Estadual de Campinas, que esclareceu não ser possível programar votos como mostra o vídeo. Segundo o especialista, as imagens foram usadas para enganar pessoas que não entendem de computação por meio de um programa de demonstração, mas que não têm relação com o sistema do TSE, exceto a aparência do painel.
Foto: divilgação