sábado, 04 de maio de 2024
Euro 5.5596 Dólar 5.1164

PARCERIAS COM GRANDES EMPRESAS CONTRIBUEM PARA MANUTENÇÃO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DURANTE A PANDEMIA

Redação - 26/07/2021 13:15

O empreendedorismo e parceria com grandes empresas ajudaram produtores regionais na Bahia a enfrentarem as oscilações da economia diante da pandemia. Apesar do cenário econômico ainda ser incerto, as micros e pequenas empresas estão mais confiantes com a recuperação e, em alguns casos, até vislumbram um crescimento. O Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE), calculado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), subiu 5,4 pontos em maio, último mês mensurado, atingindo o patamar de 93,5 pontos, o maior nível desde dezembro de 2020 (94,6 pontos).

Esse é o sentimento do empresário Joas Simples, que comanda a empresa familiar Bolo da Luz ao lado da mãe e irmã. Depois de um 2020 mais turbulento, Joas comemora um crescimento de 50% nas vendas. “Sentimos o impacto da pandemia no início, mas depois fomos recuperando e esse ano estamos tendo um crescimento bom”. Para ele, esse resultado é fruto da parceria com grandes empresas, permitindo manter a produção e não demitir nenhum funcionário mesmo diante das incertezas.

A Bolo da Luz é fruto de um projeto social realizado pela mãe de Joas Simples na Igreja da Luz, vendendo bolos com a finalidade de arrecadar dinheiro e ajudar pessoas em vulnerabilidade social. Os quitutes fizeram sucesso e chamaram a atenção de um dos diretores da rede varejista RedeMiX, que os convidou para fazer parte do quadro de fornecedores do grupo, lançando de forma pioneira o Movimento Compre Local, para incentivar e valorizar a produção baiana, utilizando um selo para sinalizar ao consumidor itens produzidos no estado. “Aproveitamos a abertura das portas para entrarmos no mercado. Hoje produzimos 1.500 bolos por dia; oito mil pães, geleias, sequilhos e torradas. Estamos sempre aumentando nosso mix de produtos. Nosso objetivo é sempre melhorarmos”, explica Joas.

Atualmente, cerca de 1.500 produtos vendidos nas gôndolas da rede varejista são de fabricação baiana, sendo responsável por 25% do faturamento do grupo. “Nossa origem também é baiana. Está no nosso DNA trabalhar de mãos dadas com fornecedores da região, pois acreditamos que este movimento fortalece bastante todo nosso mercado”, disse João Cláudio Nunes, diretor da RedeMiX, que explica que a empresa se prepara para o lançamento de um edital, ainda este ano, para aumentar o número de fornecedores da Bahia.

A RJ Alimentos, que nasceu como uma distribuidora, teve sua história mudada após a sócia diretora da RJ Alimentos Rafaela Pimentel ser desafiada por Nunes a iniciar o processo de industrialização de itens regionais. Hoje, a empresa fabrica 30 tipos de produtos, como carne de sol, vísceras bovinas (fígado, bofe, bucho), e dobrou o tamanho da planta industrial, gerando mais empregos. “O Projeto Compre Local foi muito importante para a manutenção do nosso negócio. Hoje empregamos cem pessoas diretamente e geramos outros 70 empregos indiretos”, conta Rafaela.

O empreendedorismo e visão de mercado também fazem parte da Sequilatto, que surgiu com uma receita de família. Aos nove anos, Laryssa Barreto e as irmãs levavam o sequilho feito pela mãe para a escola. O produto fez sucesso entre os colegas e assim nasceu a empresa, que hoje atua em escala industrial com um mix de 14 itens, mas sem perder o toque artesanal. A marca ganhou projeção após fazer parceria com a rede varejista. “Estar nas prateleiras consolidou a fama da nossa empresa e auxiliou muito na manutenção do emprego de mais de 60 famílias que vivem deste trabalho, na fábrica da Sequilatto, em Matuípe”, conta Laryssa, que hoje é gerente comercial da Sequilatto.

Foto: divulgação

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.