O deputado Luís Miranda (DEM-DF) voltou a dizer na noite desta segunda-feira (12) que tem como provar que o presidente Jair Bolsonaro sabia de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Ao participar do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, Miranda sugeriu que a conversa teria sido gravada por seu irmão, o servidor Luís Ricardo Miranda. Segundo ele, só os dois estavam com Bolsonaro e que ele “jamais gravaria o presidente”. — O presidente viu tudo, o processo inteiro (da compra da Covaxin). De fato, ele não se atenta aos detalhes da documentação técnica, mas entende que era grave — disse.
Questionado várias vezes pela bancada de jornalistas sobre onde estaria essa gravação e por que ela não veio à tona ainda, afirmou que “o presidente confirmou tudo” o que ele e seu irmão falaram, então, o assunto “está encerrado” para ele. Miranda afirmou que, ainda que não existisse o áudio, ele poderia comprovar que informou Bolsonaro pois encaminhou documentos por meio do aplicativo de áudio WhatsApp para o ajudante de ordens do presidente, o capitão-de-corveta da Marinha Jonathas Diniz Vieira Coelho. Ele leu algumas da mensagem durante o programa.
Miranda disse que se encontrou com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello após falar com Bolsonaro, em março, e que ele reclamou da influência do Centrão na pasta. — Ele me disse que um político colocou o dedo na cara dele e disse: “Se não der pixuleco vai sair dessa cadeira” — afirmou o deputado. Miranda disse que não revelaria o nome de quem chantageou Pazuello, mas que deu o nome dessa pessoa, em privado, a integrantes da CPI da Covid. Questionado, no entanto, pela jornalista Vera Magalhães, se confirmaria que Pazuello apontara o presidente da Câmara, Arthur Lira, como a pessoa que teria feito a ameaça, Miranda não negou, mas saiu pela tangente: – Quem tem que falar isso é o Pazuello – respondeu.
O parlamentar disse, ainda, que seu gabinete tem recebido outras denúncias de irregularidades no ministério da Saúde, sem dar detalhes sobre quais seriam. Afirmou, apenas, que encaminhou denúncias para a CPI da Covid.