O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, que foi preso ontem pelo presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM) e depois libertado após pagar fiança causou enorme rebuliço pouco antes de ser detido, pois não negou a existência de um dossiê produzido por ele e entregue a seu irmão. Segundo se comentava entre os senadores, o dossiê seria uma blindagem, caso ele fosse abandonado pelo governo.
Segundo o jornal O Globo, quando Aziz o pressionou Dias para dizer se tinha feito mesmo um dossiê, o ex-diretor do Ministério da Saúde não confirmou, nem negou, criando um suspense que só aumentou a tensão. Logo depois Renan Calheiros (MDB-AL) perguntou quem era Ronaldo Dias, que segundo informaram à CPI, seria seu primo e estaria com o tal dossiê,. O ex-diretor confirmou apenas que era seu primo.
Ronaldo Dias foi diretor-presidente da Bahiafarma, uma fundação pública de direito privado que integra a administração pública indireta e é vinculada à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (SESAB). Ele foi indicado para ser diretor-presidente da BahiaFarma pelo Secretário da Saúde, Fábio Villas-Boas e comandou, entre outras ações, a parceria com laboratório ucraniano Indar para a produção de insulina na Bahia.
Ronaldo Dias teria sido exonerado da BahiaFarma em 2019, conforme foi divulgado na imprensa, por ter tido atritos com o então ministro Luiz Henrique Mandetta. Dias criticava Mandetta porque o ministro vetava a proposta de fabricação de remédios para o SUS por laborátorios públicos. O ex-presidente da BahiaFarma, que está no exterior, é quem estaria com o dossiê preparado pelo ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde,