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EX-DIRETOR DA SAÚDE NEGA PROPINA NA COMPRA DE VACINAS

Redação - 07/07/2021 12:26

O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, está prestando depoimento, nesta quarta-feira (07), na CPI da Covid no Senado. Ele foi exonerado na última quarta-feira (30) após suspeitas de pedido de propina na contratação de compra de doses da vacina da AstraZeneca pelo governo federal. Roberto Dias nega as acusações feitas pelo vendedor e policial militar Luiz Paulo Dominghetti.

Ao jornal Folha de S. Paulo, Dominghetti afirmou que Dias pediu US$ 1 de propina por dose da vacina. Em seu depoimento à CPI, o vendedor reafirmou o que revelou ao jornal. Durante sua oitiva, realizada na última quinta-feira (1º), Dominghetti, que se apresenta como representante da empresa Davati Medical Supply, disse ter recebido o pedido de propina para a compra de 400 milhões de doses do imunizante.

Durante as perguntas do relator Renan Calheiros, Dias revelou ter recebido o reverendo Amilton Gomes de Paula, líder religioso ligado à Igreja Batista, no Ministério da Saúde para tratativas sobre aquisição de vacinas. Ele, no entanto, não soube apontar quem pediu a agenda oficial da pasta com o reverendo.

Segundo Dias, a retórica do reverendo “era a mesma” da apresentada pela Davati e Dominghetti. “A retórica era a mesma. Diz que possui 200 milhões de doses disponíveis, mas não possuía a carta de representação do fabricante e aquilo acabou ali.”

O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde afirmou em depoimento à comissão que não negociou as vacinas da AstraZeneca com a Davati, mas sim “verificou a disponibilidade de doses”. A Davati pretendia vender 400 milhões de doses ao governo.

Dias também afirmou que é servidor de carreira há mais de 20 anos e que vem sendo “massacrado” pela imprensa “sem que haja uma única prova ou indício que sustente tais alegações”. “Acerca da denuncia de Luis Miranda da Covaxin não tive participação nenhuma, me cabendo atos ordinários para a concepção do processo administrativo e questões logísticas. Friso: nunca houve pressão minha sobre o funcionário muito menos aquela mensagem retrata tal fato.”

Segundo Dias, Dominghetti disse representar uma empresa que possuía 400 milhões de doses de vacina da AstraZeneca. Dias afirmou que a informação “circulava” no Ministério da Saúde e pediu que o revendedor solicitasse “agenda formal” na pasta.

“Chegando ao Ministério, ele [Dominguetti] foi recebido por mim, os documentos se mostraram mais do mesmo, e não havia a carta de representação do fabricante. Ele disse que receberia em instantes. Eu disse que teria outra agenda, mas que se ele quisesse aguardar que ficasse à vontade na sala ao lado. Tempos depois ele se despediu, disse que tinha que ir embora e nunca mais tive noticias assim como muitos outros ofertantes de vacinas. Acerca da alegação de Dominguetti: nunca houve nenhum pedido meu a este senhor”, disse. (As informações são da CNN Brasil)

 

Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

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