Ex-prefeito de Salvador, presidente nacional do Democrata (DEM), ACM Neto, candidato ao governo da Bahia, reagiu com o fígado ao pedido de desfiliação do seu partido encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral pelo deputado Rodrigo Maia (RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados. Se o tribunal dissesse não, Maia só poderia deixar o partido e conservar o mandato quando se abrisse no próximo ano uma nova brecha na lei que permitisse a troca de partidos sem nenhuma punição. É o que sempre acontece em ano eleitoral. ACM Neto preferiu então expulsar Maia e a Executiva do DEM aprovou.
Na eleição para presidente da Câmara em fevereiro último, ACM Neto prometera o apoio do DEM à candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), articulada por Maia. Na última hora, liberou os deputados do partido para votar em Arthur Lira (PP-AL), candidato do Centrão e do presidente Jair Bolsonaro. Foi quando Maia rompeu com ele e anunciou que sairia do DEM. Desde então o DEM tem colecionado perdas, entre elas, a de Eduardo Paes, prefeito do Rio que migrou para o PSD do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, do vice-governador de São Paulo que se filiou ao PSDB e do governador do Tocantins.
Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, poderá deixá-lo em breve. Ainda não conversou com Kassab sobre para que partido irá. Não parece ter pressa em definir seu destino. Mas não descarta disputar o governo do Rio ou uma vaga no Senado. Embora ACM Neto negue, o DEM está cada vez mais próximo de Bolsonaro.
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