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FERIADO DE CORPUS CHRISTI TEM OCUPAÇÃO DE 100% NOS HOTÉIS PELA BAHIA

Redação - 02/06/2021 11:00 - Atualizado 02/06/2021

A pandemia da covid-19, que já somou mais de 21 mil mortos na Bahia e deixa, atualmente, 83% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados no estado, não impede turistas de planejarem o feriadão de Corpus Christi. No Litoral Norte, próximo a Salvador; no Sul, em Porto Seguro e Itacaré; ou na Chapada Diamantina, hotéis e pousadas já estão com a lotação máxima nas reservas.

Segundo a secretária de turismo de Camaçari, Cristiane Bacelar, pelo menos 10 hotéis da cidade estão nessa situação. O município da Região Metropolitana de Salvador é visado pelas praias de Itacimirim, Guarajuba e Arembepe. Frequentar esses locais nos finais de semana está proibido por decreto municipal. Para o feriado, um novo decreto foi emitido, estendendo a interdição também na quinta-feira (3).

A cidade segue ainda o decreto estadual que proíbe a venda de bebidas alcoólicas entre 20h da sexta-feira e 5h da manhã de segunda. Há ainda o toque de recolher a partir das 22h, de segundas às quartas, e às 20h, de quinta a domingo, até 5h do dia seguinte. As exceções são o deslocamento para serviços de saúde ou farmácias. Outras restrições ocorrem no comércio, que deve fechar as atividades 30 minutos antes do toque de recolher. Os restaurantes e bares encerram o atendimento presencial às 19h, e os serviços de entrega podem seguir até 00h. Música ao vivo está proibida. Os salões de beleza, barbearias, estúdio de tatuagem e shoppings fecham às 19h (exceto delivery).

Apesar das restrições, a cidade está “de braços abertos para receber os turistas”, diz Cristiane Bacelar. “Sempre tem um aumento de fluxo durante os feriados, mas, desde o início da pandemia, a gente teve um aumento no fluxo de pessoas, porque aqui é destino de segunda residência, então muita gente veio se refugiar aqui e resolveu ficar, se tornando até a primeira residência”, conta a secretária de turismo de Camaçari.  Com os serviços em funcionamento, a aposta da prefeitura é no trabalho de fiscalização. “Camaçari é um município muito extenso, temos duas entradas, com uma grande extensão territorial, são mais de 42 km de praia, então é complicado dar conta de tudo, mas conseguimos fiscalizar dentro de nossa capacidade, com as equipes das secretarias de desenvolvimento urbano”, explica Cristiane.

A preocupação maior é justamente com a clandestinidade e festas do tipo paredão. “É problema em qualquer lugar. Mesmo com uma campanha massiva de conscientização, pedindo para os moradores denunciarem, as pessoas não têm bom senso e querem se aglomerar. Elas não entendem que o momento é de aumento do contágio e que precisamos do apoio da comunidade”, pontua a secretária.  A corretora Priscila Sastre, dona da imobiliária Guarajuba Negócios há 10 anos, confirma que a procura para aluguel de casas e apartamentos aumentou nesta semana em Guarajuba. “Comecei a perceber que o pessoal estava procurando e me lembrei que era feriadão. A procura aumentou bastante e 90% das pessoas que alugam são de Salvador”, revela.

Priscila ainda conta que mais famílias, ao invés de grupos de amigos, buscam a locação: “As pessoas estão vindo com família, sem aqueles grupos grandes. Por isso que aumentou muito a procura por apartamento ao invés de casas. Esses apartamentos hoje são tipo um clube, com restaurante, piscina, então tem todo o tipo de infraestrutura, e é próximo da praia”. Dos 15 apartamentos, somente dois estão disponíveis. Das seis casas, metade está locada.

Já em Praia do Forte, no município de Mata de São João, não há qualquer restrição para o turismo. Segundo a assessoria da prefeitura, turistas não são maioria entre os que circulam na vila. A maior parte são os moradores de segunda residência – os que resolveram fazer da casa de temporada a principal durante a pandemia.

As praias, ao contrário de Camaçari, estão liberadas todos os dias, assim como a venda de bebida alcoólica. Os estabelecimentos comerciais, como bares e restaurantes, só podem funcionar com 50% da capacidade de clientes e até 22h, horário do toque de recolher. Músicas ao vivo estão proibidas. As medidas vigoram até 7 de junho. Em geral, os comerciantes têm colaborado com as equipes de fiscalização. Contudo, entre multas e notificações, já foram mais de 400 desde o início da pandemia.

Na cidade de Jandaíra, ainda no Litoral Norte, não haverá medidas restritivas além do reforço dos protocolos de segurança, como distanciamento, máscaras, medição da temperatura e álcool em gel. O comércio tem que fechar às 18h, mas os bares e restaurantes não têm restrição de horário. Segundo o secretário de turismo, Luciano Salgado, a movimentação é baixa durante a noite, portanto, não precisaria decretar um limite de funcionamento ou mesmo de capacidade.

“Tudo está funcionando normalmente em Mangue Seco. Independente de pandemia, os restaurantes têm movimento mais durante o dia, por causa das praias, mas, de noite, é devagar, poucos saem, então eles funcionam até umas 22h. E o espaçamento não precisa, porque tem suficiente, não lota”, diz Salgado. Os hotéis e pousadas também não têm limite de ocupação de quartos. O secretário diz que todos estão cheios.

“Se ligar agora atrás de vaga, não acha mais”, conta. São seis pousadas em Mangue Seco e duas em Coqueiro, o outro povoado. A única coisa que não pode é música ao vivo, para evitar aglomerações. O toque de recolher também não se aplica na localidade. Salgado ainda reforça que nos distritos só houve um caso, que a maioria é na cidade. De acordo com o último boletim epidemiológico, são 549 casos confirmados até agora, sendo 535 recuperados e 14 mortes. Outros 22 pacientes estão em monitoramento. Jandaíra tem pouco mais de 10 mil habitantes.

Foto: divulgação

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