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NISE YAMAGUCHI NEGA EXISTÊNCIA DE UM ‘MINISTÉRIO PARALELO’

Redação - 01/06/2021 12:51 - Atualizado 01/06/2021

Em depoimento hoje (1º) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19  a médica oncologista Nise Yamaguchi negou a existência de um “ministério paralelo” ao da Saúde que supostamente aconselha o presidente Jair Bolsonaro em questões referentes ao enfrentamento da pandemia da covid-19

Nise afirmou ser uma “colaboradora eventual” que participava junto com os ministros de Saúde, de comissões técnicas, reuniões governamentais e reuniões específicas com setores do Ministério da Saúde. “Faço questão de trabalhar com as regulamentações, inclusive com a (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Anvisa, com o Parlamento, sempre contribuí com todos”, afirmou a doutora.

Questionada pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre sua defesa da “imunidade de rebanho” como uma estratégia de enfrentamento a pandemia da covid-19 no País, Nise continuou sua defesa ao método, mas afirmou que existe uma interpretação errada de que a imunidade seria alcançada com a infecção de pessoas. Nise afirmou que a imunidade será alcançada por meio da vacinação.

A médica também defendeu que a discussão da imunidade de rebanho era “pertinente” na época, mas que não era possível prever “tantas interfaces, tão complexas” das mutações que ocorreram no vírus da covid-19. Confrontada com vídeos onde defendia a imunidade através da infecção de pessoas em junho do ano passado, Nise afirmou que se imaginava que novas ondas da doença viriam com as mesmas cepas do vírus. Ela também negou ter comentado com o presidente da República sobre a imunidade de rebanho, afirmando ter tido poucos encontros com o mandatário.

Nise Yamaguchi negou ainda ter solicitado qualquer alteração na bula da cloroquina, como foi mencionado durante o depoimento do presidente da Anvisa, Antonio Barra Tores. Ao ser questionada pelo relator, Nise afirmou desconhecer o documento que pediu a mudança na bula do medicamento. “Não fiz nenhuma minuta e não conhecia esse papel que estava na reunião. Me pediram pra conversar sobre a cloroquina, e eu estava conversando sobre essa resolução. Sobre a bula e a presença da cloroquina no site do Ministério em pacientes moderados e graves.”

“A minuta jamais falava de bula e sim sobre a disponibilização de medicamento. Não houve minuta de bula, não participei disso”, completou. Segundo Barra Torres, a reunião onde foi aventada a possibilidade de mudança na bula foi realizada no Palácio do Planalto, além dele e do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o general Braga Netto (Casa Civil)

Além disso, a médica oncologista e infectologista afirmou aos senadores que discutiu a questão do tratamento precoce com o presidente Jair Bolsonaro em apenas uma oportunidade. “Eu tive a oportunidade, no início, de receber dele a informação que existia um tratamento que estava sendo discutido na França”, disse, ao ser indagada sobre esse ponto pelo relator da CPI. “Eu já tinha a informação prévia e ele me falou, em uma reunião, que existia. Foi no momento inicial, e eu expliquei que precisávamos de dados científicos. Por isso, eu falaria com o Conselho Federal de Medicina para validar a possibilidade de o receber o medicamento e do médico de prescrever”, acrescentou. (Com informações do Estadão e CNN Brasil)

Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado

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