O novo presidente da Nissan Mercosul e diretor-geral da marca no País, o brasileiro Airton Cousseau, disse nesta terça-feira, 25, que a empresa pode ter de paralisar a produção por alguns dias em junho na fábrica de Resende (RJ) por falta de semicondutores.
O executivo afirmou que até agora a empresa não precisou adotar essa medida, mas ressaltou que a situação atual está “bastante difícil” e a empresa tem por norma não deixar veículos incompletos no pátio.
“Nossos fornecedores (de semicondutores) não deram garantia de que terão peças”, afirmou Cousseau, ressaltando que a paralisação pode ocorrer por cerca de cinco dias, talvez não seguidos. A fábrica produz o SUV Kicks e o sedã Versa.
O executivo assumiu o cargo no dia 17 deste mês, em substituição a Marco Silva, que deixou o grupo para assumir o comando de outra companhia japonesa, a Nidec Corporation, nos Estados Unidos.
Paradas previstas
Desde o início do mês, executivos do setor automotivo e a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) vêm alertando que o segundo trimestre do ano seria o mais complicado para o abastecimento de componentes eletrônicos, que estão em falta no mundo todo.
Várias montadoras já tiveram de suspender a produção, total ou parcialmente, desde o final de 2020 principalmente em razão da escassez de semicondutores. O produto é fabricado apenas na Ásia, principalmente em Taiwan, e a falta atinge montadoras do mundo todo.
Os fornecedores alegam que a retomada da produção de vários segmentos da indústria, inclusive o automotivo, ocorreu mais rápido que o esperado após a primeira onda da pandemia de covid-19 e que as fábricas não estão dando conta de atender toda a demanda.
No Brasil, a empresa que tem mais problemas é a General Motors, que está com a produção parada desde abril na fábrica de Gravataí (RS), e com perspectivas de retorno apenas para fim de junho.
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