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REITOR GARANTE QUE UFBA NÃO DEVE PARALISAR ATIVIDADES MESMO COM CORTE DE RECURSOS

Redação - 20/05/2021 13:46

Com um orçamento de 2021 que equivale ao de 2010, quando a Universidade Federal da Bahia (Ufba) tinha 15 mil alunos a menos, a instituição têm acompanhado boatos de que poderia paralisar suas atividades por falta de orçamento. Entretanto, o reitor da Ufba, João Carlos Salles, nega que a universidade vá fechar as portas por falta de verba.

“Isso não está no horizonte. Já disse e repito: a Ufba vai resistir, vamos sofrer, atravessar um deserto, teremos dificuldades de estar o recurso que é necessário para a qualidade da educação pública, nós sofreremos, porque não teremos todos os editais, todas as condições, mas não pararemos”, disse o reitor em entrevista ao programa “Isso é Bahia”, da rádio A Tarde, na manhã desta quarta-feira, 19.

O reitor falou ainda do papel das universidades públicas. “Nós nos distinguimos de outras instituições pois não somos uma fábrica de diplomas, não somos um conjunto de salas de aula que oferecem diplomas, nós temos pesquisa, extensão e ensino entrelaçados”, contou. O orçamento de 2021 foi de R$ 133 milhões, mesmo de 2010. “A nossa situação, viemos de uma defasagem orçamentária ao longo dos anos, essa defasagem é tão significativa, que se fôssemos aplicar um reajuste simples de inflação naquilo que recebemos em 2016, nós deveríamos receber hoje R$ 70 milhões a mais do que estamos recebendo”, explicou Salles.

Outro problema, conforme conta o reitor, é o corte na assistência estudantil, que dificulta ainda mais a situação de alunos que estão em situação de vulnerabilidade. “Essa assistência serve para que ele não sofra dentro da universidade a exclusão que ele sofre fora. Se você corta do funcionamento da universidade cerca de 20%, você é obrigado a reajustar seus contratos”, afirmou. O orçamento do Ministério da Educação (MEC) destinado às universidades federais em 2021 teve redução de 37%, se comparado a 2010. Esse corte tem gerado uma crise nas instituições, que temem fechar as portas já no próximo semestre, segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).

Em valores atualizados, o orçamento do MEC para o ensino superior em 2010 seria hoje o equivalente a R$ 7,1 bilhões. Em 2020, foi de R$ 5,5 bilhões. Em 2021, é de R$ 4,5 bilhões. Carlos alertou que, se os cortes continuarem, a qualidade da educação pública corre sério risco. “Se essa política de desmonte continuar, vão nivelar por baixo a educação superior”, concluiu Salles.

Foto: divulgação

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