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PAZUELLO DEPÕE HOJE NA CPI DA COVID E RUI DIZ QUE ELE VAI CONFIRMAR QUE BOLSONARO ERROU NA PANDEMIA

Redação - 19/05/2021 07:00 - Atualizado 19/05/2021

Por: João Paulo Almeida 

A CPI da covid, que investiga a conduta do governo Bolsonaro (Sem Partido) na gestão da pandemia no Brasil, vai ouvir hoje o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Ministro que passou o momento mais delicado da pandemia no poder. O depoimento de Pazuello é muito aguardado pelos membros do congresso e pode colocar o presidente Jair Bolsonaro numa situação delicada. Semana passada o STF deu permissão para Pazuello ficar calado (Veja aqui), porém não sabemos o que vai acontecer.

Durante coletiva essa semana, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI da Covid servirá apenas para confirmar que ele agiu sob submissão a ordens do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia. Na sexta-feira (14), o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu um habeas corpus preventivo que garante a Pazuello o direito de se manter em silêncio diante de questionamentos do colegiado.

“Não sei por que a pessoa recorre pra ficar calado. Se a pessoa não fez nada de errado, não tem problema nenhum a pessoa falar o que fez, o que deixou de fazer. Até porque, se ele fez ou deixou de fazer, a mando do presidente, ele pode dizer claramente. Aliás, por diversas vezes, em entrevista na televisão, disse: ‘Aqui é simples. Alguém manda e’, apontando para o presidente, ‘o outro obedece’. Então isso foi dito por diversas vezes. Mais claro do que isso… Eu acho que a CPI tomar depoimento ali é só uma confirmação do que ele gravou na televisão várias vezes”, avaliou o governador. A declaração foi dada durante a entrega de uma contenção de encosta no bairro de Boa Vista do Lobato, na capital. O depoimento do general do Exército à comissão no Senado está marcado para quarta-feira (19).

Em entrevista ao portal Bahia Econômica, o líder do PROS na Bahia, Celsinho Cotrim afirmou que a CPI da Covid é importante para o país. “Eu apoio qualquer tipo de investigação, pois, a dúvida é um direito nosso e tem obrigação de ser esclarecida. Assim como dá direito ao acusado de se defender e provar sua inocência. O que eu não concordo é com o momento, pois, não é possível instalar um tribunal em plena guerra. Os esforços, neste momento, deveriam estar voltados para garantir vacinas para todas e todos”, disse.

Este será o oitavo dia de depoimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que apura ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia de Covid e eventual desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios. O depoimento de Pazuello havia sido marcado para 5 de maio. Um dia antes, no entanto, o ex-ministro informou ter tido contato com pessoas que contraíram Covid-19 e que, por isso, deveria permanecer em quarentena.

A CPI, então, adiou o depoimento para esta quarta-feira. Na condição de testemunha, o depoente se compromete a dizer a verdade, sob o risco de incorrer no crime de falso testemunho. Eduardo Pazuello obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar silêncio na CPI sempre que entender que as perguntas possam levá-lo à autoincriminação.

Até o momento, já prestaram depoimento os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich; o atual ministro, Marcelo Queiroga; o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres; Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo; Carlos Murillo, representante da Pfizer; e Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores (clique no nome para ler detalhes do depoimento).

Foto: divulgação

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