A Ford fechou nesta quarta-feira (12) acordo para a demissão de 4.000 trabalhadores em Camaçari, na Bahia, e concluiu o encerramento de praticamente toda a sua produção no Brasil.
Reunidos em assembleia, hoje, os trabalhadores da Ford em Camaçari (BA) aprovaram acordo fechado entre a empresa e o sindicato, o que põe fim às negociações trabalhistas para o encerramento das atividades da montadora na cidade baiana. Em comunicado, a empresa informou que o acordo inclui compensação financeira adicional às verbas rescisórias.
Os trabalhadores da produção receberão 2,05 salários nominais por ano trabalhado e um valor fixo adicional conforme faixas pré-definidas, com garantia de indenização mínima de R$ 130 mil. Já os funcionários administrativos receberão um salário nominal por ano trabalhado, também com garantia de indenização mínima de R$ 130 mil.
A Ford concedeu, também, seis meses de plano médico e remuneração adicional para empregados operacionais com restrição médica ocupacional. A empresa vai oferecer, ainda, um programa de qualificação dos trabalhadores e contratou uma empresa de suporte para a recolocação dos profissionais no mercado.
O acordo inclui os funcionários dos fornecedores instalados dentro do complexo da Ford. A empresa não informou quantas pessoas estão envolvidas no acordo. Segundo informações de representantes dos trabalhadores, o complexo industrial envolve 4 mil profissionais.
Em abril, a Ford fechou acordo com os funcionários da fábrica de Taubaté (SP), onde produzia motores. O grupo americano anunciou, em fevereiro, o encerramento de todas as suas atividades fabris no Brasil. Há dois anos já havia fechado a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), onde produzia caminhões e carros.
A atividade em Camaçari chega, agora, aos momentos finais. Parte dos empregados trabalhará até o fim do mês na produção de peças de reposição para os veículos da marca que rodam no país. A Ford mantém negociações com os fornecedores e com a rede de concessionárias para acertar indenizações. Não existe, por enquanto, nenhuma negociação para a venda das fábricas em Camaçari e Taubaté. A de São Bernardo foi vendida a uma construtora.