Por: João Paulo Almeida
Uma das mais importantes obras para a economia da Bahia da Bahia, a recuperação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) continua parada. Sobe a responsabilidade da VLI Logística, concessionária da ferrovia, a FCA poderia ser um dos mais fortes impulsionadores da economia do estado pelos próximos anos. Essas foram às palavras do ex-secretário de planejamento do estado da Bahia Walter Pinheiro, em entrevistas ao portal Bahia Econômica. (Veja aqui)
A falta de investimentos concretos da VLI nos 1.800km da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) que se encontram na Bahia, levaram a ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres a classificar os trechos baianos como ruins ou péssimos, em documentos apresentados para a audiência pública, realizada no último dia 03 de fevereiro. A ferrovia tem sido tema de discussão entre a concessionária, que quer operar a FCA por mais 30 anos, e setores do governo e empresariado baiano, que questionam o desmonte do trecho baiano.
Uma das razões para esse descaso seria o fato de que a malha ferroviária existente em território baiano corresponde a um dos raros trechos do Contrato de Concessão em que os acionistas da Concessionária VLI/FCA não são usuários. No caso específico da Bahia, duas providências se arrastam há muito tempo, sem que nenhuma solução seja tomada. São elas: a construção da variante de 22 quilômetros ligando o Polo Industrial de Camaçari ao porto de Aratu; e o contorno das cidades de Cachoeira e São Félix, para evitar o tráfego pela Ponte D. Pedro II, que há 150 anos liga a área central das duas cidades.
Para Antônio Carlos Tramm, presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, “urge a realização de uma audiência pública específica no Estado da Bahia, para discutir a atuação da VLI/FCA em seu território, desestimulando a inscrição de participantes ‘patrocinados’ pela Concessionária, tal como parece ter ocorrido na última audiência”. “Antigamente, as pessoas se deslocavam de trem entre cidades servidas pela FCA/VLI. Hoje não usam trem, pois ele não existe. A decisão desta prorrogação só pode ser tomada após termos respostas do que a FCA/VLI fez pelo nosso desenvolvimento durante a concessão, e quais medidas ela pretende levar a efeito para compensar todos esses anos de não participação nesse desenvolvimento”, salienta Tramm.
Foto: divulgação