O presidente Jair Bolsonaro voltou a desferir ataques contra a China. Num pronunciamento proferido na quarta (5), o presidente sugeriu que o país asiático se beneficiou da Pandemia, fazendo alusão de que a Covid-19 pode ter sido criada em laboratório. O comentário causou um lastro ainda maior no desgaste diplomático.
O deputado federal Daniel Almeida, presidente do Grupo Parlamentar Brasil-China, rechaçou a postura do presidente e prestou solidariedade ao país atacado, por meio de uma carta oficial. “A verdade é que a China mostrou ao mundo uma imensa capacidade de lidar corretamente com a pandemia em seu território, tendo por base a unidade e solidariedade de seu povo, o respeito à ciência e à confiança mútua entre o governo chinês e o seu povo”, comentou.
O parlamentar salientou que essa é uma estratégia para tirar o foco da CPI da Covid, que segue investigando a gestão federal no enfrentamento à pandemia, e que Bolsonaro tentou boicotar. “Trata-se de uma tentativa de desviar as atenções das investigações dos crimes contra a saúde pública cometidos em seu governo. Nesse esforço, tenta culpar a China pela pandemia e chega a proferir a mentira de que a China estaria promovendo uma guerra bacteriológica, algo já fartamente revelado como infundado tanto pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como por todos os pesquisadores sérios da área de Saúde em todo o mundo”, declara.
A atitude de Bolsonaro já repercutiu negativamente para a aquisição de insumos para a produção de vacinas. Eram esperados 6 mil litros do país asiático, número já reduzido para apenas 2 mil. “Até o momento, a China é o principal fornecedor das vacinas, e os insumos ao Brasil, que respondem por 95% do total recebido pelo país, são suficientes para cobrir 60% dos grupos prioritários na fase emergencial”, complementa.
“É preciso que a China saiba que os brasileiros reconhecem sua ajuda e solidariedade. O governo Bolsonaro, cada vez mais isolado, não representa os sentimentos e os interesses do povo brasileiro. Suas declarações estapafúrdias são apenas ‘fake news”, finaliza Almeida.
foto Richard Silva