O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), começa a construir uma base eleitoral na Bahia com base nas eleições de 2022. As viagens quase que semanais para municípios no interior do Estado, com grandes inaugurações, não acontecem em vão. O deputado licenciado é uma das opções do presidente Jair Bolsonaro para apoiar na corrida ao Governo da Bahia. O bolsonarismo planeja construir uma terceira via contra a polarização instalada entre os dois potenciais candidatos até o momento: o senador Jaques Wagner (PT) e o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
A solenidade de inauguração de mais 22 km de duplicação da BR-101, na última segunda-feira, foi um exemplo da aglutinação que começa a se formar em torno do nome do Republicano. O evento teve a participação de oito deputados federais e 27 prefeitos, além de autoridades e lideranças de diversos municípios e diversas legendas. Dos federais, compareceram Abílio Santana (PL), Raimundo Costa (PL), Zé Rocha (PL), João Bacelar (PL), Claudio Cajado (PP), Alex Santana (PDT), Adolfo Vaiana (PSDB) e Paulo Azi (Democratas). Os deputados estaduais Capitão Alden (PSL), Talita Oliveira (PSL) e Samuel Júnior (PDT) e o vereador de Salvador Sidninho (Podemos) também foram ao evento.
Sidninho, aliás, já se coloca como representante de Roma na Câmara Municipal de Salvador. “Logo após a eleição de 2020, a gente viu a necessidade emergencial de se aproximar do Governo Federal para buscar recursos e trazer mais força para o nosso município e também para a Bahia. A decisão foi ventilada durante o nosso mandato, mas ao fim, conversando com nossos eleitores e quadros, a gente entendeu que deveria seguir o caminho de Bolsonaro e do ministro João Roma”, admite.
Parlamentares evangélicos também começam a sinalizar que é importante construir uma terceira via na próxima eleição. O deputado federal Alex Santana (PDT) é um dos que apoiariam um nome ligado ao presidente na campanha. “Politicamente, nunca houve uma terceira via [na Bahia]. Talvez seja a possibilidade de nascer uma terceira via. Tudo é possível no mundo da política”, analisa. O vereador Alexandre Aleluia (DEM), que já se colocou como possível pré-candidato ao Governo, também defende um nome ligado ao bolsonarismo para a corrida eleitoral (sendo ele próprio ou outro). “O que eu defendo abertamente é que o presidente Bolsonaro tenha um palanque na Bahia para o governo do estado, eu coloquei o meu nome, mas há outras pessoas”.
Participaram ainda do evento uma enxurrada de prefeitos, entre eles Ednaldo Ribeiro (Republicanos), de Cruz das Almas; Manoelito Argolo Junior (Solidariedade), de Entre Rios; Nandinho da Serraria (PSDB), de Esplanada; Luciano Pinheiro (PDT), de Euclides da Cunha; Colbert Martins (MDB), de Feira de Santana; Marcelo Pedreira (PP), de Governador Mangabeira; Mendonça (PL), de Heliópolis; Nixon (PSD), Iaçu; Ricardo Mascarenhas (PP), de Itaberaba; e Adriano Lima (PP), de Serrinha.
Roma também tem adotado um discurso mais incisivo e quase eleitoreiro nos eventos pelo interior. E em todas as falas defende ferozmente o presidente Jair Bolsonaro, como foi o caso do evento nesta semana. “Particularmente, eu fico muito feliz porque parecia que, antes do governo Bolsonaro, a Bahia estava esquecida pelo governo federal. Como é que a duplicação da BR-101 pulou a Bahia, foi para Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Nordeste afora, e esqueceram da Bahia, que tanto dedicou, do seu povo valoroso, sofrido, e que viu o descaso de governos anteriores deixando essa obra inacabada? Precisou vir Jair Bolsonaro para entregar o trecho duplicado e mostrar para o nosso povo que o governo trabalha para melhorar a vida da nossa população”.
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