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ITAPEMIRIM INICIA VOOS SOB DESCONFIANÇA DO MERCADO

Redação - 23/04/2021 14:15 - Atualizado 23/04/2021

Atravessando um processo de recuperação judicial conturbado e a maior crise da história da aviação, decorrente da Covid-19, o grupo Itapemirim, de transporte rodoviário, deu início a uma série de voos técnicos para operar uma companhia aérea. O primeiro avião da nova empresa do grupo (um Airbus de 15 anos e capacidade para 180 passageiros) realizou 14 voos na semana passada (veja mais aqui). O grupo está na última fase do processo exigido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para adquirir o certificado de operador aeronáutico e já conseguiu slots (horário de pouso e decolagem nos aeroportos).

Apesar de tudo, o surgimento da companhia aérea ocorre com desconfiança do mercado. A empresa está num processo de recuperação judicial desde 2016, além disso, o grupo está numa disputa entre o proprietário anterior e o atual dono. Outro comportamento que traz questionamento, é que o plano de negócio da empresa já mudou por inteiro em pouco mais de um ano, assim diz o Folha Vitória.

O grupo informou que a nova companhia aérea tinha interesse em ligar capitais brasileiras e oferecer preços competitivos. “Não acreditamos em guerras tarifárias”. Porém, em fevereiro, o presidente da empresa, Sidnei Piva, afirmou ao Estadão que a empresa era de baixo custo e que faria voos regionais. O que levantou dúvidas entre os especialistas, considerando que a companhia de baixo custo precisaria voar em rotas de alta densidade, como Rio- São Paulo, para se pagarem.

Ainda no mesmo período, o presidente disse que um investimento de US$ 500 milhões seria realizado pelo fundo privado da família Al Maktoum, de xeques dos Emirados árabes Unidos. Mas não houve confirmação da injeção dos recursos, quando foi questionada sobre o assunto, informou que os contratos são confidenciais e que não poderia divulgar se há outros investidores. Até janeiro o grupo teve despesas de R$ 15,3 milhões na nova companhia.

O processo de recuperação da Itapemirim possui uma série de irregularidades, de acordo com o último relatório realizado pela administradora judicial, EXM Partners. Ela afirma que existe um “relevante atraso nas análises” de auditoria, e o cronograma estabelecido para a entrega de documentos já foi descumprido. “Restam pendentes de envio as demonstrações contábeis (completas) referentes aos períodos de dezembro de 2019 até janeiro de 2021 (14 meses) à administradora judicial”, alega o documento.

Apesar das controvérsias, o grupo avança com o projeto, e já contratou 400 funcionários, mas ainda não possui data para começar a voar comercialmente.

Foto: divulgação

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