O pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima foi rebatido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Para a entidade, o Brasil deixou de ser um ator nas discussões mundiais sobre clima para ocupar um papel diminuído. “Infelizmente neste momento o papel do antagonista climático veste como luva no Brasil”, afirma o diretor-executivo do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), André Guimarães. Organizado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Cúpula de Líderes sobre o Clima ocorre nesta quinta-feira (22) e na sexta-feira (23), em formato virtual. No discurso, Bolsonaro se comprometeu com o fim, até 2050, das emissões de gases que provocam o efeito estufa. Anunciou também a meta de desmatamento ilegal zero em 2030.
“Desdenhar da nossa responsabilidade como grande emissor de gases estufa e prometer metas sem planos consistentes e práticas contrárias é perder espaço no mercado das commodities agrícolas e deixar passar as oportunidades que se abrem com uma nova economia global voltada para a baixa emissão de carbono”, completou Guimarães. “os principais mercados exigem compromisso com o combate às mudanças climáticas, numa tendência de crescimento”.
Fiesp
Também em nota, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, considerou positiva a fala de Bolsonaro. “Ele reafirmou o compromisso brasileiro com um futuro mais sustentável ao expor metas concretas: antecipação em dez anos (para 2050) da neutralidade climática, compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 e duplicação dos recursos destinados à fiscalização, entre outras. Em sua fala, mostrou-se alinhado às preocupações globais, aberto ao diálogo e à cooperação internacional”. O executivo destacou que o presidente brasileiro frisou ainda a necessidade de regulamentar os mercados de carbono, como previsto nos Artigos 5º e 6º do Acordo de Paris.
Foto: Marcos Correa/ Presidência da República
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