Com Lula podendo ser candidato em 2022 (Veja aqui), a base do PT já marcou reuniões com antigos aliados visando a campanha política de 2022. Rumores apontam que até Ciro Gomes (PDT) vai sentar para conversar com lideranças do partido. A estratégia envolve a negociação de apoios a candidatos de partidos como o PSD, MDB e PSB nos estados, tendo como contrapartida o apoio ao ex-presidente em sua tentativa em retornar ao Planalto em 2022.
O entendimento entre líderes do partido é que, ao contrário das eleições de 2020, quando o partido lançou candidaturas em 21 das 26 capitais, no próximo ano o partido deve apostar em alianças com candidatos do campo de oposição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “Está claro nas últimas intervenções de Lula que a melhor estratégia é repetir o perfil da candidatura de 2002, abrindo espaço para partidos do centro democrático”, avalia o senador Paulo Rocha (PT-PA).
A tendência é que o PT tenha candidaturas próprias em estados onde já governa, caso de Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte, e em grandes colégios eleitorais como São Paulo e Rio Grande do Sul. Por outro lado, há espaço para negociações em estados em que o PT costuma compor com partidos aliados, caso de Alagoas e Amazonas, e nos estados onde a legenda já foi forte, mas perdeu espaço nos últimos anos, caso de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Acre.
A necessidade de composição com partidos de centro foi externada pelo próprio Lula em uma reunião com parlamentares do partido no último mês, conforme revelado pela coluna Painel. Na ocasião, ele destacou ser importante ir além dos partidos de esquerda na construção de uma candidatura ao Planalto no próximo ano. Mesmo que partidos como o MDB e PSD não apoiem formalmente a candidatura de Lula, a avaliação interna é que o apoio de alguns de seus líderes nos estados será fundamental para o embate do ex-presidente com Bolsonaro.
Alguns líderes desses partidos, que se afastaram do PT durante o período mais crítico do partido após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), começam a se reaproximar. Um dos entusiastas de um possível apoio a Lula é senador Renan Calheiros (MDB-AL), que tem tido uma postura de oposição a Bolsonaro e deverá ter um papel de destaque na CPI da Covid. Em Alagoas, o PT reaproximou-se do governador Renan Filho (MDB) e apoiou a sua reeleição em 2018, cerca de dois anos após o rompimento.
Foto: divulgação