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EM 12 DIAS, ABRIL ULTRAPASSA JULHO E TEM O SEGUNDO MAIOR NÚMERO DE MORTES NO BRASIL DESDE O INÍCIO DA PANDEMIA

Redação - 13/04/2021 14:50

Em apenas 12 dias, abril já se tornou o mês com o segundo maior número de mortes por Covid-19 no Brasil desde o início da pandemia: já são 33.145 mortes registradas neste mês, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país. Até esta segunda-feira (12), o segundo pior mês da pandemia em número de mortes era julho de 2020, quando 32.912 pessoas perderam a vida para a doença.

Se o total de mortes de julho for dividido pelo número de dias do mês, houve, em média, 1.602 mortes por Covid por dia naquele mês. Usando o mesmo cálculo para abril, em comparação, este mês já tem uma média de 2.762 mortes diárias registradas pela doença. A data de julho com mais mortes foi o dia 29, quando 1.554 mortes por Covid foram registradas. Em abril, o maior número foi visto no dia 6, quando 4.211 mortes foram registradas, quase três vezes mais. Ao todo, o Brasil já registrou mais de 355 mil mortes pela Covid-19.

Para a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o alto número de mortes de abril reflete a alta nos casos vista no mês passado, principalmente nas duas últimas semanas de março. “Nós sabíamos que, em abril, iríamos ainda manter esses números altos de internação, pressão por leito de UTI e óbito”, explica.

Ela também acredita que os números altos de mortes devem se manter em abril, justamente por causa da grande quantidade de novos casos ainda vistos todos os dias no país. “Nós ainda estamos mantendo muitos casos novos todos os dias, o que indica que, no mês de abril nós ainda teremos muitos casos, muita pressão por leito de internação, e, ainda, muitos óbitos”, afirma Maciel.

O dado referente às mortes de abril foi calculado somando-se as mortes diárias vistas em abril desde o dia 1º até o dia 12. Os números de mortes em 2021 foram determinados da mesma forma; os dos meses de 2020 foram calculados com uma metodologia um pouco diferente, mas cujo resultado é o mesmo (veja mais ao final da reportagem).

Estados

Em março, 18 das 27 unidades federativas do país tiveram recordes de mortes pela Covid-19. Neste mês, ainda não há recordes nos estados, mas 10 deles já tiveram mais de mil mortes pela doença em apenas 12 dias: Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Ethel Maciel lembra, novamente, que não houve uma coordenação nacional de combate à pandemia, com cada estado adotando suas próprias medidas restritivas para conter a disseminação do vírus. “A gente precisaria de medidas mais restritivas de circulação e uma vacinação mais rápida para que diminuísse essa transmissão, o número de pessoas doentes. Um percentual delas sempre vai precisar de internação em enfermaria e UTI. Nós estamos, neste momento, ainda com uma pressão muito grande no sistema de saúde e, ainda, muitos casos novos todos os dias, que vai indicar ainda um abril muito difícil”, afirma Maciel.

Metodologia

Os números de mortes mensais de março a dezembro de 2020 foram determinados subtraindo-se o total de mortes visto no último dia de um mês do total de mortes visto no último dia do mês seguinte (por exemplo: total de mortes em 31 de agosto – total de mortes em 31 de julho = total de mortes em agosto). Já os números mensais de mortes vistos nos meses de 2021 foram calculados somando-se as mortes diárias vistas desde o dia 1º até o último dia do mês (ou, no caso de meses ainda não fechados, até o último dia para o qual havia dados disponíveis).

O consórcio de veículos de imprensa começou o levantamento conjunto no início de junho. Por isso, os dados mensais de fevereiro a maio são de levantamentos exclusivos do G1. A fonte de ambos os monitoramentos, entretanto, é a mesma: as secretarias estaduais de Saúde. Outra observação sobre os dados é que, no dia 28 de julho do ano passado, o Ministério da Saúde mudou a metodologia de identificação dos casos de Covid e passou a permitir que diagnósticos por imagem (tomografia) fossem notificados. Também ampliou as definições de casos clínicos (aqueles identificados apenas na consulta médica) e incluiu mais possibilidades de testes de Covid.

Desde a alteração, mais de mil casos de Covid-19 foram notificados pelas secretarias estaduais de Saúde ao governo federal sob os novos critérios.

Foto: divulgação

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