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CONCURSOS: DISCIPLINA, EQUILÍBRIO PARA GARANTIR A APROVAÇÃO

Redação - 12/04/2021 07:22 - Atualizado 12/04/2021

Desde que a pandemia de Covid-19 voltou a recrudescer no Brasil, inúmeros processos seletivos, concursos e editais foram suspensos. Alguns, inclusive, tiveram as provas adiadas no dia. Tudo isso gerou uma frustração enorme nos candidatos. Não bastasse, o cenário de incertezas fez com que as pessoas que estão encarado a preparação ficassem ansiosas e emocionalmente instáveis.

O Correio ouviu três especialistas a psicóloga Calila Caldas, que também é professora e coordenadora dos cursos de Psicologia e Serviço Social da AGES e o preparador de concursos, o advogado André Malheiros e a terapeuta integrativa Ayeska Azevedo, que reuniram dicas preciosas para ajudar a vencer a barreira da ansiedade, melhorando a saúde mental.

A terapeuta Ayeska Azevedo lembra que fazer um concurso é uma escolha que deve ser encarada com boas doses de paciência, resiliência e equilíbrio. “Planejar hoje sem saber se amanhã poderá realizar é motivo de sofrimento para a maioria das pessoas. Uma forma de amenizar esse sofrimento é buscar viver no aqui e agora, fortalecendo nossa resiliência e capacidade de adaptação”.

Com uma experiência de mais uma década na preparação para concursos, André Malheiros salienta que os aspectos emocionais e mentais são tão importantes num concurso quanto a preparação técnica e teórica. “Não são raros os casos de grandes candidatos, com larga experiência e muitas horas de estudo que terminam não alcançando êxito porque não suportaram a pressão e o desgaste emocional”, explica.

Positividade

Para o professor, ver a situação atual pelo lado mais positivo é uma boa saída. “Muitas vezes, esses candidatos já fizeram despesas para viajar ou tirou férias do trabalho, mas pense que com o adiamento, você também terá mais tempo para se preparar”, afirma. Para reforçar sua tese, Malheiros diz que compara o candidato com um esportista, que treina todos os dias, inclusive nos finais de semana e feriados, porque sabe que quanto mais treino, mais apto estará. “Estudar será sempre positivo para dar conhecimento e experiência, então nunca será demais ou poderá ser considerado um tempo perdido”, diz, lembrando que são grandes as chances de que assim que as coisas tranquilizarem, vários concursos sejam realizados seguidamente, a exemplo do que aconteceu no início desse ano, com as carreiras policiais.

A psicóloga Calila Caldas reconhece o impacto da pandemia na saúde mental e diz que algumas posturas podem ajudar a superar a ansiedade presente. “Que tal pensar positivo e se concentrar nas suas potencialidades? Além de realizar práticas de relaxamento, esvaziar a mente, praticar a  compaixão e autocompaixão, ter em mente o seu projeto de vida e sentido de vida. Entender que aquilo que se realiza mediante a própria decisão passa de possibilidade à realidade e fica conservada para sempre”, orienta.

Ela cita o teórico Viktor Frankl e reforça que somente o ser humano é capaz de transformar uma tragédia em triunfo. Para ela, não é possível mudar o que está acontecendo, mas é fundamental transformar a atitude diante dessa realidade. “Estabeleça o seu projeto de vida; mantenha uma rotina de estudo, busque um lugar confortável e calmo para o estudo; tente controlar e limitar o tempo de recebimento de informações relacionadas à COVID-19 dentro de duas horas por dia, concentre-se apenas nas informações necessárias (como fatos e dados) e evite receber muitos rumores prejudiciais”, aconselha.

A psicóloga sugere que aliado a isso, o estudante mantenha um ritmo normal de trabalho e descanse o máximo possível, fazendo exercícios regularmente para promover a qualidade do sono, trabalhando a higiene do sono e ignorando um pouco as informações sobre surtos antes de dormir.

Respeito pessoal

Ayeska Azevedo destaca que tão importante quanto as rotinas, é respeitar o corpo. Para ela, se o estudante fizer pequenas pausas de 15 a 20 minutos com exercícios de respiração, alongamento, tomar uma xícara de chá ou até uma soneca rápida, usar um óleo essencial (orientado por um terapeuta habilitado!), a cada duas, ele terá um aproveitamento estratégico do que está sendo estudado. “O fundamental é escutar o corpo e perceber o que está sentindo. Se o corpo pede descanso, descanse. Vai ser mais saudável e produtivo no final das contas”, ensina.

Calila destaca que o estresse, por si só, não é um elemento causador de danos, e como resposta do organismo, é responsável por estimular as reações necessárias em caso de ameaças. “Porém, o excesso a exposição ao estresse gera prejuízos ao organismo e o aparecimento de patologias, visto que ocorre uma sobrecarga do funcionamento de diversos sistemas”, diz, ressaltando a importância de equilibrar o estresse e o descanso.

A psicóloga propõe que o estudante então faça uma promessa a si mesmo e não desista de seus sonhos. “Escreva uma carta para você respondendo em como se vê daqui a cinco anos. Quanto mais projeto de vida tenho, mais sentido de vida terei e concomitantemente, saúde mental e mais qualidade de vida, e bem-estar”, ensina. Para ela, a contemplação das metas já alcançadas também ajudam a animar esse momento de tantas incertezas, possibilitando que o indivíduo possa olhar para si mesmo com mais tranquilidade. “O que você pode fazer aqui e agora? Olhar para o presente é olhar a vida como possibilidade e como realidade”, conclui.

Foto: divulgação

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