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MINORITÁRIOS TENTAM VAGA EM CONSELHO DA PETROBRAS

Redação - 10/04/2021 10:20

Acionistas minoritários da Petrobras vão tentar, em assembleia na próxima segunda-feira (12), reduzir o poder do governo no conselho de administração da estatal, em uma ofensiva para limitar a possibilidade de interferência política na gestão da empresa. A assembleia foi agendada para nomear para o colegiado o general Joaquim Silva e Luna, indicado de Bolsonaro para substituir o atual presidente da companhia, Roberto Castello Branco, processo que culminou com uma debandada inédita de conselheiros indicados pelo governo.

O conselho de administração da Petrobras tem 11 cadeiras, 8 delas geralmente ocupadas por indicados pelo acionista controlador. Outras duas são reservadas a acionistas minoritários e a última, a um representante dos empregados da companhia. Na última eleição, em julho de 2020, os minoritários já haviam conseguido emplacar um nome em vaga reservada à União, do advogado Leonardo Pietro Antonelli. Para a assembleia desta segunda, além de tentar reconduzir Antonelli, bancos e fundos de investimento indicaram outros dois nomes.

Nos últimos dias, têm sido intensas as negociações para conseguir o maior número possível de votos para emplacar os indicados: o engenheiro Pedro Medeiros e o advogado Marcelo Gasparino, que hoje ocupa uma vaga no conselho fiscal da estatal. O movimento ganhou força após críticas de Bolsonaro à política de preços dos combustíveis da empresa. Nesta quarta (7), o presidente da República voltou ao tema questionando reajuste de 39% no preço do gás natural, anunciado na segunda (5).

Bolsonaro chamou a alta de “inadmissível”. “Não vou interferir. A imprensa vai dizer o contrário, mas podemos mudar essa política de preço lá [na Petrobras]”, afirmou, em evento na usina de Itaipu, que era comandada por Silva e Luna. Como as vagas da União são eleitas em bloco, o governo terá que levar todos os oito nomes à votação para substituir Castello Branco por Silva e Luna. A princípio, o MME (Ministério de Minas e Energia) convidou os conselheiros atuais para permanecerem nas vagas, mas cinco deles declinaram do convite.

Assim, a lista proposta pelo governo vem com dois conselheiros do quadro atual, o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira e Ruy Flaks Schneider e cinco novos nomes, além de Silva e Luna. As indicações, em geral, respeitaram pré-requisitos de experiência no setor ou no mercado de capitais. O estatuto da Petrobras prevê que o acionista controlador tenha maioria no conselho, isto é, um mínimo de seis cadeiras. Nessa composição, portanto, a ofensiva dos minoritários poderia garantir no máximo quatro nomes independentes do governo -os dois representantes atuais mais dois novos nomes.

Foto: divulgação

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