Por: João Paulo Almeida
O setor de bares e restaurantes no estado não aprovam as medidas tomadas pelo governador Rui costa e pelo prefeito Bruno reis de retomada da economia de maneira escalonada. Em entrevista ao portal Bahia Econômica André Avena, membro do Conselho de Administração da ABRASEL – Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – afirmou que as medidas não estão contemplando o setor e que a situação é muito delicada.
“A primeira coisa que devemos explicar é que não podemos manter o discurso que o comércio aberto está matando vidas. Temos protocolos e temos obrigações que estão sendo cumpridas em defesa de todos. O que é preciso dizer é que o setor de bares e restaurantes tem uma peculiaridade que está sendo desrespeitada pelo toque de recolher e as medidas restritivas impostas pelo governo. Nós temos dois horários de vendas. O almoço e o jantar. O almoço voltou, mas com o toque de recolher, o jantar não. O resto do dia que podemos ficar aberto não nos interessa, pois não tem movimento. Quando nosso movimento acontece nós estamos fechados e sendo prejudicados. Lembrando que o setor quase vai falência em 2020 e esse ano se continuar desse jeito a situação vai ficar critica”, explicou.
O empresário explicou que no momento o que o setor deseja é diálogo com o governo para falar sobre o horário e a venda de bebidas alcoólicas. Segundo ele o setor é favorável a proibição de vendas de bebidas alcoólicas em vias principais, mas não em estabelecimentos que já estejam legalizados e com impostos em dia. “É como você ter uma padaria que não vende pão francês. Precisos falar com o governo sobre a situação do setor e tentar achar um meio termo no toque de recolher no estado para evitar a falência”, disse.
Sobre a MP 936 que autoriza redução de jornada e corte de salários o empresário considerou a medida fundamental. “Nós só conseguimos sobreviver ano passado por causa dessa medida. Esse ano ela está presa em Brasília desde março e o setor esta passando por muitas dificuldades. Segundo pesquisa nossa 85% dos bares e restaurantes não pagaram salários em março e a medida só vai aumentar se essa MP não sair”, disse.
Sobre as medidas tomadas pelo governo do estado, o empresário afirmou que não são suficientes. “Veja bem. O parcelamento de impostos tem que acontecer da seguinte forma. Isenção completa durante o período da pandemia e parcelamento com pelo menos 120 dias de carência depois que o setor estiver plenamente funcionando. Do jeito que foi feito com 60 dias fica muito complicado para o segmento cumprir”, explicou.
Foto: divulgação