O governo pode ter que fazer um ajuste de R$ 37 bilhões no Orçamento, segundo técnicos da equipe econômica. A estimativa diz respeito à combinação entre vetos e outros tipos de correção para recompor a previsão de despesas obrigatórias, hoje abaixo do necessário para fechar as contas. O número, no entanto, ainda não é consenso dentro do Ministério da Economia.
A correção nas estimativas desses gastos, que incluem benefícios previdenciários, é necessária porque uma série de erros na votação da proposta fez com que as previsões ficassem defasadas. Inicialmente, o governo não atualizou os parâmetros que baseiam os cálculos, como salário mínimo e inflação — que subiram desde que o texto original foi encaminhado ao Congresso, em agosto.
Essa defasagem já criaria um rombo de R$ 17,5 bilhões caso a proposta fosse aprovada exatamente como enviada ao Legislativo, segundo relatório divulgado no fim do mês passado. O problema foi ampliado com o aumento no valor de emendas definidas pelo relator do Orçamento, senador Marcio Bittar (MDB-AC), que passaram de R$ 3 bilhões para R$ 29 bilhões. Parte dessa ampliação foi viabilizada porque o parlamentar não só deixou de atualizar a previsão de gastos obrigatórios como revisou para baixo essas projeções. (O Globo)
Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil