Uma parte importante do empresariado nacional não está satisfeita com o cenário de polarização na próxima eleição entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirma que é necessário buscar uma outra saída.
Bolsonaro se elegeu com amplo apoio de empresários, atraídos pela agenda econômica do ministro da Economia, Paulo Guedes. Mas agora decepciona por atrasar privatizações, ter arroubos intervencionistas, retardar medidas ambientais cobradas por investidores estrangeiros e, o mais grave, relutar em adotar uma política eficaz contra a epidemia que se alastra pelo Brasil, com UTIs lotadas e pico de mortes.
E Lula não provou a inocência nos casos de corrupção denunciados pela Lava Jato e defende uma agenda que amplia o Estado na economia e o crescimento do gasto público quando o caixa do governo segue no negativo.
“O Brasil merece algo melhor do que essa polarização entre Bolsonaro e Lula. Nós precisamos criar uma alternativa mais moderna para o país, que nos coloque novamente numa posição alinhada com as demandas do século 21”, afirma Pedro Passos, cofundador da Natura e copresidente do conselho de administração da empresa.
“Uma polarização entre Lula e Bolsonaro não seria boa para o Brasil, e vejo com maus olhos a possibilidade de Lula voltar”, afirma. “Nosso país merece ter no cardápio um projeto novo, mas eu não tenho a menor ideia de quem poderia apresentá-lo”, afirmou.
Luiz Biagi, que faz parte de uma tradicional família de empresários do agronegócio e atua no setor de refrigerantes, tem alta rejeição a Lula, a quem chama de malfeitor, e também é adepto da terceira via. Biagi diz que apoiaria Romeu Zema, por exemplo.
Os empresários contam que até têm boas lembranças das gestões de Lula. Dizem que o petista fez um bom governo, sobretudo no primeiro mandato. No entanto, avaliam que ele flerta com uma esquerda que consideram antiga, e elegê-lo seria uma chancela aos escândalos de corrupção do PT. Com informações do jornal Folha de São Paulo.