O Brasil pode chegar a 595,9 milhões de doses de vacina contra Covid-19 até o fim deste ano, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Até o momento, 532,9 milhões já foram adquiridas de seis fabricantes distintos. Mas desse total, 68 milhões são de imunizantes ainda não aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A quantidade de doses projetadas para estarem disponíveis até o fim de 2021 também inclui as que o governo federal ainda negocia. O Ministério da Saúde discute a possibilidade de aquisição de 63 milhões de doses do laboratório Moderna, que ainda não tem o aval da agência reguladora.
A garantia das 532,9 milhões de doses ocorreu após os recentes anúncios dos acordos firmados com as farmacêuticas Pfizer/Biontech; Janssen, da Johnson & Johnson; Precisa Medicamentos, que representa o laboratório indiano Barat Biotech e União Química, parceira do Instituto Gamaleya da Rússia, o Ministério da Saúde.
As vacinas Covaxin (a indiana, da Barat Biotech ), Sputinik V (a russa, do Instituto Gamaleya) e a Ad26.COV2.S (da Johnson & Johnson) representam 68 milhões de doses anunciadas pelo Ministério da Saúde, mas ainda estão com pendências na agência reguladora. Apenas a vacina da Johnson apresentou parte dos resultados dos estudos clínicos por meio da submissão contínua de dados à agência, mas até o momento não formalizou pedido para o uso emergencial nem para o registro do imunizante no Brasil.
Segundo a Anvisa, a Precisa Medicamentos pediu apenas a inspeção de certificação da fábrica na Índia, mas ainda não pediu uso emergencial ou registro definitivo na Anvisa. Mesma situação da União Química: segundo a Anvisa, não há até o momento nenhum pedido em análise, apenas conversas em andamento.
O Ministério da Saúde informou ainda que está em negociação com o laboratório norte-americano Moderna Therapeutics para incluir mais 63 milhões de doses do imunizante no Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo 13 milhões de doses no segundo semestre e 50 milhões em 2022. Mas, até o momento, não houve nenhum contato do laboratório com a Anvisa para pedido de uso emergencial ou registro da vacina.
Além disso, técnicos do Ministério da Saúde realizaram a primeira videoconferência com representantes da farmacêutica chinesa Sinopharm no dia 16 de março para iniciar a negociação para um possível fornecimento de vacina ainda no segundo semestre de 2021, mas ainda não há número de doses em negociação.
Em nota, o Ministério da Saúde informou “que novas remessas da vacina contra a Covid-19 serão entregues, de forma proporcional e igualitária, para todos os estados e Distrito Federal.” Informou ainda que as previsões de entregas de vacinas são atualizadas semanalmente pelos fornecedores dos imunizantes (produtores e importadores), por isso o calendário pode sofrer alterações. Ao todo, já foram distribuídas cerca de 20,1 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 para os estados, sendo 16,1 milhões da vacina Coronovac (Instituto Butantan) e 4 milhões do imunizante da AstraZeneca/Oxford, importadas da Índia.
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