O dólar emendou um segundo dia de forte queda ante o real, fechando nesta quinta-feira (11) numa mínima em 14 dias, com o mercado repercutindo expectativa de alta de juros na semana que vem, andamento da agenda fiscal e um ambiente externo benigno, além de nova atuação do Banco Central.
O dólar à vista caiu 2%, a R$ 5,5412 na venda, depois de recuar 2,26%, a R$ 5,5265. Na máxima, a cotação foi a R$ 5,6221, ainda queda de 0,57%.
Na véspera, a moeda recuou 2,39%, a R$ 5,6542 na venda, maior desvalorização em seis semanas.
O mercado já começou esta quinta com venda de dólares, repercutindo o IPCA de fevereiro mais alto e à espera de nova intervenção do Banco Central com swaps cambiais tradicionais, apenas um dia depois de ter realizado operações nos mercados futuro e à vista mesmo com o dólar em baixa.
O BC vendeu todos os 20 mil contratos de swap ofertados nesta quinta, injetando no mercado US$ 1 bilhão em dinheiro novo.
“Eles (o BC) estão colocando em prática uma nova experiência de intervir com o mercado melhorando, o que é mais poderoso para se ter o desejável efeito de gerar desconforto (nos comprados em dólar)”, disse o operador de um grande banco.
Uma das teorias para explicar o maior ativismo do BC aponta que a instituição estaria mais preocupada com o risco de repasse cambial aos preços da economia, num cenário em que as expectativas de inflação de algumas casas já superam o centro da meta para 2021 e começam a colocar em xeque o objetivo para 2022.
O IBGE divulgou junto com a abertura do mercado que o IPCA de fevereiro teve a maior alta para o mês em cinco anos e, em 12 meses, superou 5%.
Foto: Reuters