O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o empresário Eike Batista e outras seis pessoas por manipulação de mercado de capitais. De acordo com a denúncia, a empresa The Adviser Investments (TAI) teria sido usada como uma espécie de banco paralelo e ilegal. A empresa, que tem sede no Panamá, não estava sujeita às regras que orientam os setores bancários e de valores imobiliários.
“Por não poder operar como banco ou corretora de valores, a The Adviser Investments não foi fiscalizada a respeito de uma série de normas de compliance que existem para evitar crimes financeiros. Além disso, realizava operações financeiras para terceiros, não declaradas como tais, as fazia como se fosse em nome próprio, burlando uma série de limitações a que seus correntistas poderiam estar sujeitos”, sustentou o MPF.
Além de Eike, o ministério também denunciou Eduardo Plass, José Mario Caldas Osorio, Carlos Henrique Vieira Brandão dos Santos, Carlos Eduardo Reis da Matta, Maria Ripper Kós e Priscila Moreira Iglesias. No documento, o MPF cita denúncias por crime de operação de instituição financeira não autorizada e participação nos crimes de manipulação de mercado.
“Em todas elas foram negociados ativos financeiros (ações e bonds) por meio de contas fantasmas no banco paralelo The Adviser Investments, que aparecia como titular das operações, quando, na verdade, era apenas uma interposta pessoa meio da qual Eike Batista estava operando, através de Luiz Arthur Andrade Correia, que a mando, com a ciência e concordância do primeiro, ordenava as operações”, completou a denúncia. Em fevereiro deste ano, Eike Batista foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão por crimes contra o mercado de capitais. Em 2014 ele foi denunciado sob a acusação de ter lucrado com a venda de ações da empresa OGX, ocultando do mercado informações negativas sobre a companhia.
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil