Diante da omissão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao longo de um ano de pandemia do novo coronavírus, o Congresso está sendo pressionado para assumir o controle e combater a crise na saúde. Agora até mesmo o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dez meses depois de submissão à cartilha negacionista bolsonarista que se mostrou ineficiente, passou a sinalizar pedido de ajuda a gestores, segundo informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Com isso, articula-se em Brasília um arranjo para colocar a cúpula do Congresso no comando do combate à crise, com o respaldo de governadores e até a participação do próprio ministro da Saúde. Governadores de 21 estados, entre eles a Bahia, já concordaram em elaborar um plano conjunto de medidas restritivas. A articulação envolvendo o Congresso parte de dois entendimentos em meio ao colapso nacional da saúde. Primeiro, os governadores querem evitar o desgaste de atuar sozinhos no pico da pandemia. Segundo, a polarização de Bolsonaro com eles chegou a um ponto em que a única forma de ter uma ação nacional é com o Legislativo junto.
Aliados de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) tentam tratar o assunto como uma pacificação entre os Poderes e não como um atropelo ao governo federal. O discurso é que Bolsonaro está ciente que deve agir e uma participação do ministério mostrará esse comprometimento.
Foto: Carolina Antunes/PR