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ASSEMBLEIA DA PETROBRAS EMPERRADA NO GENERAL SILVA E LUNA

Redação - 01/03/2021 14:17

A assembleia geral extraordinária para referendar a indicação de Joaquim Silva e Luna como o novo presidente da Petrobras está emperrada numa exigência básica para o cargo: o currículo do general. Para integrar a diretoria executiva, o candidato tem de comprovar dez anos de experiência no setor ou dez anos em cargo semelhante em empresa do mesmo porte, mesmo que de outro setor. Silva e Luna nunca atuou no mercado de petróleo. Passou à reserva há quase sete anos, em 2014 e, exatamente hoje, completa dois anos na presidência de Itaipu Binacional, sua primeira incursão no universo empresarial.

Na reunião da última terça-feira, o Conselho de Administração da companhia aprovou a realização da assembleia, mas não definiu a data. O que se esperava era que, pela urgência da mudança, a AGE fosse marcada no tempo mínimo exigido: 30 dias após a autorização. O presidente do conselho, almirante de esquadra Eduardo Leal Ferreira, que até o início do governo Bolsonaro, em janeiro de 2019, era o comandante da Marinha, ficou responsável pela convocação da assembleia. Decidiu esperar o parecer do Cope, Comitê de Pessoas da Petrobras, que atestará se Silva e Luna está ou não apto para o cargo.

Vítima recente de um assalto de proporção assombrosa e repercussão mundial, a Petrobras teve de passar por uma reformulação geral de suas normas internas depois do escândalo revelado pela Lava Jato. Os critérios ficaram mais rigorosos, as responsabilidades mais definidas e a fiscalização mais atenta. Todos os mecanismos foram aprimorados.

O Cope, um dos órgãos de assessoramento de Conselho de Administração, tem hoje quatro integrantes. Dois são conselheiros: Ruy Schneider, que preside o comitê, é engenheiro e oficial da reserva da Marinha e representa o controlador; o advogado Leonardo Pietro Antonelli representa os minoritários. Os outros dois são membros externos: Sérgio de Toledo Piza, diretor da Klabin e conselheiro da Oi, e Tales Bertozzo Bronzato, advogado especialista em direito processual civil.

O comitê tem oito dias para examinar o currículo do candidato, prazo prorrogável por mais oito dias, se necessário. A indicação de Silva e Luna foi tornada pública por Bolsonaro há sete dias, via rede social, como é costume do presidente. Mas, não há informações de que os documentos tenham sido encaminhados ao Cope, que está com uma batata quente nas mãos.

Fonte: Estadão Conteúdo

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