O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Fórum de Governadores, afirmou nesta sexta-feira (26) que os governos estaduais vão fazer um apelo ao Ministério da Saúde para que determine medidas restritivas em todo o país a fim de conter a expansão da Covid-19. Segundo Wellington Dias, os sistemas de saúde de 20 estados e o Distrito Federal estão no limite ou já entraram em colapso. “E não há como um estado socorrer o outro neste momento. Por isso, os governadores estão apelando ao Ministério da Saúde para que ordene medidas restritivas em todo o país”, declarou. Ao menos 12 estados e o Distrito Federal adotaram — ou anunciaram que vão adotar — novas restrições para conter o crescimento de casos e de mortes por Covid-19.
O Brasil enfrenta aumento sem precedentes do número de casos e de mortes pela doença, o que pressiona unidades de saúde na rede estadual e municipal. Estados relatam situação crítica em razão da ocupação recorde de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Sete estados anunciaram restrição de atividades e toque de recolher: Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo. Outros cinco (Acre, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) mais o Distrito Federal anunciaram ou mantiveram endurecimento de restrições a comércio e a serviços não essenciais.
Bolsonaro
Nesta sexta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou durante viagem ao Ceará que o governador que decidir “fechar o estado” é quem deve bancar o pagamento do auxílio emergencial. Questionado sobre o assunto, Wellington Dias disse não acreditar que o Congresso aprovará a retomada do auxílio seguindo esse tipo de critério. “Vinte estados e o Distrito Federal estão à beira de um colapso com falta de leitos, hospitais numa situação de superlotação, óbitos elevados, um país que ultrapassou 250 mil óbitos. O Congresso Nacional aprovará o auxílio emergencial para garantir, como sempre foi, para todos os brasileiros”, afirmou. Para Wellington Dias, os governadores estão adotando medidas restritivas que “levam em conta a situação do emprego, mas a preocupação com a vida”. O objetivo, afirmou, deve ser evitar a transmissão ainda maior do novo coronavírus.
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