O projeto de recuperação contempla a urbanização e revitalização de toda a estrutura do antigo Engenho Freguesia (como era chamado o complexo), hoje Museu Wanderley Pinho – um importante equipamento cultural que conta a história da Bahia e do Brasil a partir do século XVI. Com um acervo de mais de 200 peças e achados arqueológicos que remetem ao ciclo do açúcar, o museu ocupa um casarão de quatro andares e 55 cômodos e a capela. Tombado como patrimônio nacional pelo IPHAN, a construção possui grande importância arquitetônica e cultural, sendo administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
“Nós temos aqui este patrimônio que é a Baía de Todos-os-Santos, mas faltava uma infraestrutura adequada para que barcos de várias procedências pudessem circular e atracar com conforto e segurança nos municípios que compõem o seu entorno e desfrutar dessas belezas naturais. E no caso específico da revitalização do Museu Wanderley Pinho vamos aliar o turismo náutico ao cultural. É um equipamento que conta não apenas a história do Recôncavo baiano, mas também do Brasil. Esta requalificação nos permitirá resgatar a originalidade desse museu. Temos planos de futuramente construir restaurantes, hotéis e lojas de artesanato para valorizar nosso patrimônio e turismo”, informou o secretário de Turismo do Estado, Fausto Franco.
João Carlos de Oliveira, diretor geral do IPAC, reforça que o museu será um importante atrativo cultural da Baía de Todos-os-Santos e destacou a evolução das obras do atracadouro como fundamental para se ter mais uma forma de acesso ao museu, e que será também um ambiente para realização de grandes eventos, o que tornará o equipamento autossustentável.
“Compreendendo a importância de trabalhar de forma integrada com as comunidades do entorno do museu, foram realizadas ao longo desses 15 anos reuniões com moradores de Caboto, Passé e de Ilha de Maré com objetivo de estabelecer um diálogo com eles sobre as questões históricas, culturais e ambientais presentes no sítio histórico. A participação da comunidade resultou na elaboração e execução de atividades socioculturais e educativas e também em reuniões convocadas pelo IPAC e pela Setur para que os moradores tivessem conhecimento do projeto de recuperação física do conjunto arquitetônico, do projeto expográfico e do plano museológico”, explicou Fátima Santos, da Diretoria de Museus do IPAC.
“Nunca perdi uma reunião aqui.. Agora parece que estou sonhando acordado. Enquanto quilombola e lembrando de todo o sofrimento que nossos antepassados viveram, posso dizer que é um orgulho participar de um projeto desses que é fundamental, não somente para nós, mas para todo o Recôncavo”, declarou Ernandes Carlos Lopes, 77 anos, de Ilha de Maré.
“É com grande felicidade que vemos o que está sendo feito. Esperamos que nossa comunidade seja incluída num processo de qualificação para poder continuar trabalhando aqui e também estar preparada para o aumento do turismo em nossa região”, disse a presidente da Associação Comunitária Amigos do Caboto, Fernanda Pita. “Estas obras já estão trazendo benefícios para a região porque muita gente que está trabalhando é daqui. Esperamos que, com o museu aberto, estas oportunidades de trabalho continuem”, informou Carlos Bispo da Silva, o “Oscar”, representante da comunidade de Madeira.
foto: Tatiana-Azeviche-Divulgação.