Presidente nacional do DEM, ACM Neto tem dito a aliados que “será contido” qualquer pressão dentro do partido para apoiar um “Bolsonaro extremista” em 2022. Segundo informações da Tribuna da Bahia, em conversas reservadas, Neto tem afirmado ainda que o projeto de lançar o apresentador da TV Globo, Luciano Huck, à Presidência da República é “sem dúvida” hoje o que mais te agrada, mas o problema é a concorrência com o lugar de Faustão.
Faustão encerra o contrato com a TV Globo no final do ano, e deixará de apresentar o programa aos domingos. Especula-se que Huck pode ocupar o espaço, que é um dos mais prestigiados da emissora carioca. O que resultaria no naufrágio da candidatura presidencial. ACM Neto tem dito que Huck tem viabilidade, e seria capaz de vencer a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se for uma alternativa para o centro. Se o projeto de lançar o apresentador global não vingar, a outra possibilidade é apoiar o governador de São Paulo, João Dória (PSDB).
Neto jantou nesta semana com o tucano paulista, e, segundo a imprensa nacional, disse que poderia apoiar Dória na disputa pelo Planalto no próximo ano. Aos jornalistas, o governador chegou a dizer que o presidente nacional do DEM lhe garantiu que o seu partido não apoiará o governo Bolsonaro. “Ouvimos do presidente do DEM, quando afirmou cabalmente que o DEM não apoia e não apoiará o governo Jair Bolsonaro, nem neste momento, nem no futuro, para o programa sucessório”, declarou.
Em nota enviada à imprensa, Neto negou. “Os membros do DEM estão focados em discutir a agenda de demandas urgentes para o Brasil. É hora de concentrar todos os esforços no combate à pandemia, na vacinação da população brasileira e na votação das reformas e pautas que podem garantir a retomada do crescimento econômico do Brasil e a geração de empregos. Tal como vem acontecendo desde o início de 2019, o Democratas mantém sua posição de independência em relação ao Governo Federal, não estando sequer sob discussão partidária, qualquer posição diferente desta”, informou.
A hipótese de apoiar a recondução de Bolsonaro não está descartada, mas Neto tem dito que o presidente da República precisa mudar de postura e deixar o radicalismo de lado. Caso permaneça com os extremismos, o ex-prefeito soteropolitano considera nula a chance de apoio à reeleição. Sobre o rompimento com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ACM Neto tem afirmado aos correligionários que lhe rendeu lucros políticos, já que teve uma “enorme” visibilidade nacional. A avaliação dele é que a crítica que sofreu é “inevitável” e “inerente” ao cargo, e que o ataque de Maia na entrevista ao jornal Valor Econômico “deu uma oportunidade para colocar a verdade”. Antes da fala de Maia, Neto vinha evitando falar abertamente sobre o assunto.
Foto: Max Haack/Secom/Salvador
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