A Braskem (BRKM5) pode fazer uso de receitas não recorrentes para pagar cerca de 80% dos R$ 8,8 bilhões necessários para sanar as despesas com reparações e indenizações, referentes ao incidente causado pela mineração de sal em Maceió (AL). Rodrigo Almeida e Christian Audi são os responsáveis por assinar o relatório do Santander (SANB11) sobre o assunto. De acordo com os analistas, a companhia possui três possíveis fontes de recursos para arcar com esses compromissos, o que pode levar a uma alta das ações da companhia.
Uma parcela do caixa que já havia sido reservada para arcar com as despesas dos problemas em Alagoas seria a primeira fonte. Essa parcela é estimada pelo Santander em R$ 1,5 bilhão. Créditos fiscais de PIS/Cofins poderiam ser a fonte do outro R$ 1 bilhão necessário. De todo modo, a maior contribuição seria dada por apólices de seguros, no valor de R$ 1,7 bilhão. Porém, a efetivação das fontes citadas ainda está em aberto. De acordo com o Santander, os créditos fiscais ainda não foram revertidos, e ainda não foram concluídas as negociações com as seguradoras. Por consequência, a Braskem terá de correr contra o tempo, visto que a maior parte das despesas com o caso, R$ 4,1 bilhões, deve ser paga este ano.
Uma das preocupações é preservar o caixa operacional da empresa, onde estão os recursos que custeiam o seu funcionamento. Apesar de tudo, um desfecho positivo é esperado pelo banco, já que há boas expectativas para o setor petroquímico e previsão de reduções no endividamento da companhia. Por isso, os analistas do Santander sugerem que há um potencial de alta de 28% em relação à cotação usada como referência – atualmente, as ADRs da Braskem têm preço-alvo de US$ 12.
Foto: Divulgação