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SALVADOR ESTÁ NA FASE FINAL DE PREPARAÇÃO PARA AULAS REMOTAS

Redação - 08/02/2021 09:00 - Atualizado 08/02/2021

A maioria das instituições de ensino de Salvador dá início ao ano letivo nesta segunda-feira, 8. Ainda em realidade de pandemia e sem perspectiva do retorno das aulas presenciais, a solução encontrada no momento foi manter a estrutura de aulas virtuais e começar a preparar as estruturas físicas para um futuro retorno gradual das aulas in loco, se adaptando para o formato híbrido de ensino. Para entender a situação do ensino privado em Salvador, a reportagem do Portal A TARDE conversou com seis instituições, sendo elas o Colégio Anchieta, Antônio Vieira, Marízia Maior, ACBEU Maple Bear Canadian School, a Fundação 2 de Julho e a UniFTC.

Adaptação do espaço físico

Um ponto em comum abordado por todas as empresas foram as adaptações realizadas nos seus espaços físicos para poder receber, no futuro, os estudantes com segurança. O Anchieta, por exemplo, informou que contratou uma empresa especializada para estruturar o seu protocolo de saúde para o retorno e dois infectologistas. “Juntos, organizaram cartilhas para a orientação de pais; de funcionários e professores e de alunos; ministraram treinamento para funcionários, e organizaram a comunicação visual dos prédios, delimitando as áreas de entrada, de saída, espaçamento entre as pessoas, etc”, disse em nota.

Já o gestor de comunidades do colégio Marízia Maior, Gabriel Tarrão, salientou que além das melhorias do espaço físico (como compra de equipamentos de limpeza e desinfecção em escala industrial, totens de álcool, torneira com sensor e distanciamento das cadeiras nas salas), a escola também investiu na logística de funcionamento. “Tivemos reunião para saber como as aulas vão funcionar, vamos ter horários de entrada diferentes, horário de intervalos e saídas diferentes. Isso para não aglomerar as crianças e adolescentes”, comentou Tarrão.

A Justiça determinou na última sexta-feira, 5, o retorno das aulas em todo o estado até o dia 1º de março. Em sua decisão, a juíza Juliana de Castro Madeira Campos concedeu um prazo de cinco dias corridos, a partir da intimação eletrônica, para que o governo do Estado apresente os protocolos de prevenção contra a Covid-19 que deverão ser seguidos por todas as escolas. Apresentados os protocolos, prossegue a magistrada, deverão as escolas públicas e privadas retornarão às atividades de forma presencial (com revezamento de alunos em sala) ou híbrida (com parte dos alunos em sala de aula e outra parte em tempo real na internet).

“O Estado da Bahia deverá adequar as escolas públicas aos protocolos estabelecidos para início das aulas no prazo máximo e improrrogável de 01 de março de 2021”, escreveu a juíza. Também nesta sexta, o governador Rui Costa esteve reunido com outras autoridades municipais e estaduais para discutir os critérios necessários para a retomada das aulas. No entanto, nenhuma data foi anunciada ao final da reunião.

Aulas híbridas

Uma possibilidade vislumbrada pelas instituições de ensino para um retorno seguro das aulas é o modelo híbrido, mesclando aulas virtuais com aulas presenciais na mesma turma. Conforme o vice-presidente da área de Saúde da Rede UniFTC, André Nazar, o centro universitário já está adotando este modelo desde novembro do ano passado, quando liberou que disciplinas práticas pudessem ter aulas online. “A gente construiu, por exemplo, no nosso campus principal na Paralela uma tenda para atendimento de saúde à população com os nossos alunos. Também fornecemos EPIs [Equipamentos de Proteção Individual] para todos os alunos e professores que fazem parte para o atendimento, tapete higiênico, álcool em gel, e treinamento”, salientou André sobre as ações de segurança adotadas para os estudantes que realizam as aulas práticas presenciais.

Outras ações estão sendo adotadas por faculdades e colégios para possibilitar um ensino híbrido e seguro. O investimento em tecnologia é um fator fundamental para que esta alternativa possa acontecer. Diversas instituições estão investindo em câmeras dentro das salas para transmitir a aula para um grupo de alunos que esteja acompanhando de casa. Em nota, o colégio Antônio Vieira informou que além das câmeras, está investindo também em um aumento da internet banda larga para suportar as transmissões.

Outro exemplo apontado para a reportagem é da Fundação 2 de Julho, mantenedora do colégio e faculdade de mesmo nome. Em entrevista, o diretor e professor Marcos Baruch contou que uma possibilidade que a instituição estuda é dividir os alunos da mesma turma em duas salas e em uma sala ter aula com o professor e na outra a transmissão através de um aparelho de televisão.

Capacitação de professores

A pandemia pegou todas as instituições de ensino de surpresa, fazendo com que estas tivessem que cancelar suas aulas físicas e migrar para o digital sem tempo de realizar um planejamento. Com o tempo estas empresas foram adaptando suas aulas virtuais, escolhendo sistemas de transmissão de aula e capacitando seus professores. Segundo Márcia Schwartz, diretora da ACBEU Maple Bear Canadian School, eles utilizaram das experiências adquiridas em 2020 para criar um planejamento maior e melhor capacitação de seus professores para o ano de 2021.

“Os coordenadores e professores foram treinados para aproveitar todas as potencialidades das inovações presentes no sistema para 2021. Além da imersão tecnológica, também houve uma preocupação em capacitar os coordenadores e professores para atuarem nos diferentes modelos de ensino (presencial, híbrido e remoto), permitindo que a programação de aula seja adequada para cada formato”, pontuou Márcia. Outras instituições escolheram ferramentas de grandes empresas para transmissão ao vivo e capacitaram os funcionários para seu uso. Por exemplo, o colégio Marízia Maior escolheu utilizar as plataformas de ensino do Google, já a Fundação 2 de Julho utilizou no colégio o Google Meats e na faculdade o Microsoft Teams.

Matrículas e inadimplência

Apesar das incertezas em relação ao ano de 2021, sobre aulas online, presenciais e o fim ou não da pandemia, todas as instituições de ensino relataram à reportagem que não sentiram impacto no número de matrículas, mesmo quando comparado com 2020, que iniciou o ano letivo ainda sem pandemia. A maior questão abordada foi o crescimento da inadimplência, explicada pelo aumento do desemprego ou queda de faturamento que ocorreram durante a pandemia. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente no ano passado a taxa de desemprego no Brasil subiu para 14,6% no trimestre julho-setembro, ante 14,4% no período junho-agosto, marcando o terceiro recorde histórico consecutivo em uma economia atingida pela pandemia do coronavírus. Vale lembrar, que no mesmo período de 2019, o desemprego era de 11,8%. Desde então, o contingente de pessoas à procura de trabalho teve um aumento de 1,6 milhão.

Foto: divulgação

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