O ex-prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas, ACM Neto, defendeu nesta quinta-feira (4), durante visita a Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano, um entendimento entre governo do estado e prefeituras para o retorno das aulas a partir de março, com protocolos rigorosos, distanciamento e higienização. Para ele, caso 2021 seja mais um ano sem aulas, a formação e desenvolvimento dos alunos, sobretudo os da rede pública, poderão ser comprometidos.
As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa antes do encontro de Neto com o prefeito Genival Deolino (PSDB) com o objetivo de debater gestão municipal. Na reunião, ACM Neto vai apresentar pontos sobre sua experiência ao longo de oito anos no comando da prefeitura da capital. Esta é a quarta visita realizada por ele desde janeiro – antes, foi a Teixeira de Freitas e Eunápolis, no Extremo Sul, e a Luís Eduardo Magalhães, no Oeste.
Na coletiva, ao ser questionado, Neto disse ainda se sentir preparado para ser governador da Bahia, ressaltando, contudo, que não está em pré-campanha, comentou sobre as eleições no Congresso Nacional e voltou a criticar a atuação do governo federal no combate à pandemia, principalmente agora na vacinação, que, para ele, “está numa velocidade muito aquém do necessário”.
Sobre a educação, Neto reforçou que é preciso começar a pensar no retorno às aulas. ” Já comprometemos 2020, não dá para comprometer 2021, sob pena de nunca mais a gente conseguir recuperar o terreno perdido, de não ser possível oferecer aos alunos o aprendizado que precisam para a formação deles. Considero que é importante o entendimento do governo estadual com as prefeituras, que preveja a possibilidade de retorno a partir de março, com todos os protocolos, medidas de segurança, distanciamento, higienização”, afirmou.
Para ele, caso não haja retorno, haverá prejuízo ainda maior para os alunos da rede pública, uma vez que a rede privada está ofertando aulas remotas. “Boa parte da rede pública não está tendo aula nenhuma. Se for esperar que todos sejam imunizados, (as aulas) não voltam em 2021 provavelmente pelo atraso em relação à vacinação no Brasil”, disse.
Ao falar sobre a imunização, o ex-prefeito voltou a criticar o governo federal no combate à pandemia. “Demorou para estreitar entendimentos com laboratórios, o governo apostou num só caminho que foi a vacina de Oxford. O governo tinha que ter aberto diálogo com todas elas. Eu preguei em Salvador que não interessava a origem, a nacionalidade, o que interessava é que, a vacina sendo eficaz, tendo efeito e resultado, deveria ser adquirida. Esse não foi o pensamento do governo e agora estamos pagando um preço alto. A velocidade de vacinação está muito aquém do necessário. E o que vai nos tirar da pandemia é a vacina”, frisou.
*Potencial de SAJ* – Na visita a Santo Antônio, Neto fez uma apresentação sobre pontos que considera importantes para uma boa gestão, a partir de sua experiência como prefeito de Salvador por oito anos. Em seguida, participa de debate com os integrantes da gestão do prefeito Genival.
“Não que a gente tenha uma fórmula pronta, mas eu diria que existem muitos desafios que são comuns a qualquer prefeitura, e são esses desafios que quero colocar hoje aqui, compartilhando a experiência que acumulei com a equipe do prefeito, e me colocando à disposição para dar meus conselhos, trazer as minhas opiniões, de maneira que possamos ter uma gestão extremamente exitosa”, disse.
Ele salientou que Santo Antônio tem um forte potencial econômico. “Eu enxergo uma visão futura para a Bahia de desenvolvimento a partir de uma regionalização desse desenvolvimento. Não dá para concentrar todos os investimentos apenas em Salvador ou na região metropolitana. É preciso ter uma visão muito mais ampla do estado, ter projeto estratégico que observa a vocação de cada região, como a partir dos investimentos públicos é possível dinamizar a economia de cada região. O futuro da Bahia tem a ver também com o futuro das grandes cidades, das que são polos regionais, como Santo Antônio de Jesus”.
Na visita à cidade do Recôncavo, acompanharam Neto o deputado federal Paulo Azi, presidente do Democratas na Bahia, o ex-prefeito de Feira de Santana José Ronaldo (Democratas), os deputados estaduais Alan Sanches (Democratas) e Soldado Prisco (PSC). O ex-prefeito fez menção também ao deputado federal Adolfo Viana, que não pode participar do encontro.
*Congresso* – ACM Neto destacou que o Democratas saiu vitorioso do processo de eleição no Congresso Nacional. “Pelo quarto biênio consecutivo, conseguimos eleger o presidente de uma Casa Legislativa. O Democratas comandou a Câmara por mais de quatro anos e agora está caminhando para comandar o Senado pelo terceiro ano consecutivo. Isso é um grande feito político do partido. Isso mostra o peso, importância, relevância do Democratas no contexto nacional”.
Ele afirmou também que o senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, “será uma grande revelação da política brasileira”. “Não tenho dúvida que será um presidente do Congresso que irá assegurar a independência do Legislativo e terá capacidade de liderar os parlamentares nessa agenda tão importante para o Brasil, de superação dos problemas relacionados à pandemia, de retomada do crescimento econômico tão necessária e urgente, sobretudo para quem está desempregado”, assegurou.
ACM Neto voltou a destacar que o “Democratas não é um cartório” e que não tem dono. “Existem partidos que são cartórios. o Democratas tem diversas lideranças, todas são consideradas, ouvidas, todas têm seu peso na decisão partidária. A bancada federal estava dividida no processo da Câmara. Diante de evidente divisão, a executiva tomou a única decisão possível para garantir a unidade e integridade da bancada, que foi de liberar os deputados para que cada um tomasse sua posição”, reforçou, ao assegurar que a posição de independência do partido em relação ao governo segue mantida.
“Eu, como presidente, jamais permiti que a discussão sobre se tornar base fosse à diante. Quem vem assegurando esse tempo todo a manutenção de independência do Democratas, modéstia à parte, sou eu como presidente nacional do partido. E não vamos desviar um só milímetro essa postura de independência”, complementou
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